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Empreendimento da maior construtora do Sul do país em Joinville terá paisagismo assinado pela equipe de Jordi Castan

Uma das mais reconhecidas empresas do ramo em Santa Catarina, a Boa Vista Paisagismo, de Joinville, foi convidada para desenvolver o projeto do Vitra, o primeiro empreendimento da marca Plaenge no Estado. As obras do residencial, localizado no coração do bairro Atiradores, zona nobre e uma das mais valorizadas de Joinville, começam neste mês de fevereiro. O endereço, Rua Eduardo Miers, 154, situa-se nas proximidades da Via Gastronômica e do Hospital Dona Helena, com acesso a toda a estrutura de lazer e serviços do Centro.

“A proposta elaborada para o Vitra traz o verde para compor os espaços, criando uma atmosfera intimista, que valoriza ainda mais a arquitetura”, descreve Jordi Castan, paisagista formado na Escola de Parcs i Jardins, de Barcelona, que há 35 anos realiza projetos de paisagismo no Brasil e no exterior. A parceria da Boa Vista com a construtora nascida em Londrina (PR) teve início em 2018, com o projeto do residencial Breeze, da marca Vanguard. “Temos mantido uma relação profissional duradoura, de respeito e colaboração. Nossa filosofia de trabalho é muito próxima e, a cada novo projeto, há uma interação maior. O resultado é evidente pela maior sintonia entre as equipes e com cada uma das outras disciplinas envolvidas.”

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“Com a pandemia, o verde ganhou importância”

Confira a entrevista com Jordi Castan

+O que é tendência, hoje, em paisagismo para projetos residenciais?+
Há várias, mas algumas são só modismos efêmeros e é bom evitá-los. Não se consolidam, acabam não perdurando. Nosso foco é identificar aquilo que é essencial, duradouro, o que permanece além do tempo. Até porque um empreendimento ou um projeto de paisagismo não pode ser visto como algo passageiro. Não é uma peça de roupa ou um acessório que dura pouco tempo e passa de moda. Ninguém toma a decisão de investir na sua moradia sem considerar muito uma decisão tão importante. Acompanhamos as tendências que têm consistência. A qualidade de vida é uma delas. As pessoas estão muito mais preocupadas hoje com a sua qualidade de vida. Há uma mudança de comportamento com relação à natureza. As pessoas querem saber mais, conhecer, sentir, perguntam, questionam, participam, e isso é muito bom. Um exemplo de tendência é o uso de pomares com frutas nativas. Hoje, utilizamos árvores frutíferas nativas nos projetos, tanto para sombra quanto pela sua floração e o atrativo dos frutos. Recuperando o prazer de colher as frutas do pé.

+Quais são as referências maiores em projetos de paisagismo para seu estilo de trabalho?+
Uma mistura da formação acadêmica europeia extremamente técnica e a oportunidade de ter trabalhado por sete anos com Roberto Burle Marx, o maior nome do paisagismo no Brasil. O resultado de ter trabalhado profissionalmente em mais de 30 países, das experiências acumuladas ao longo de mais de 35 anos de trabalho, e de ter uma equipe magnífica que assume novos desafios em cada projeto. Aprendemos mais a cada projeto que vemos. Aprendemos a como fazer melhor e, principalmente, aprendemos o que não deve ser feito. Esse é hoje o nosso objetivo prestar mais atenção a fazer melhor.

+Você já percebe uma atenção maior das famílias ao paisagismo do lugar como um fator para a escolha de um apartamento para morar?+
Sim, é impressionante como há uma mudança. O acesso à informação permite uma maior interação com os clientes. Você fala o nome de uma planta e está na ponta dos dedos do cliente, que já a procurou no seu telefone e reage à proposta. Os clientes sabem melhor o que querem. As construtoras têm seus produtos mais bem formatados, conhecem melhor seus clientes, o mercado está mais exigente, e o resultado é um mercado muito mais competitivo. É bom para todos. Com a pandemia, o verde ganhou importância, temos uma maior preocupação pelos espaços verdes. Até há pouco tempo, havia quase que uma corrida quanto a ter tantos espaços de lazer, um empreendimento anunciava 27 espaços e logo outro anunciava 28 ou 29. Hoje, as pessoas buscam qualidade, não quantidade. Essa é uma mudança que veio para ficar.

+O quanto a presença de áreas verdes e arborização é um fator relevante na escolha por um novo lugar para viver?+
Muito, mas os espaços urbanos são limitados. Não é sempre que temos oportunidade de propor grandes espaços. Aí o perfil da construtora é determinante. Há aquelas que buscam rentabilizar cada metro quadrado, mesmo à custa de perder qualidade, e há outras, como a Vanguard e a Plaenge, que vão além de pura rentabilidade e querem agregar valor. Todos os profissionais envolvidos no projeto sabem que é preciso dar um passo a mais, para fazer a diferença. Não há mais espaço para mais do mesmo.

+De que forma os projetos de paisagismo foram influenciados pelo “fique em casa” desde o início da pandemia?+
Há uma mudança de comportamento. Houve muitos exageros e erros durante a fase mais intensa da pandemia. fechar playgrounds, jardins e proibir o acesso às áreas comuns foi um erro. Mas foi o caminho mais fácil. O correto teria sido oferecer alternativas, estabelecer horários, reduzir a quantidade de pessoas… Ao proibir, provocou-se uma situação de estresse, só quem tem filhos pequenos sabe o que foi. Também para as pessoas de idade ficar confinados por semanas a foi uma prova duríssima. Hoje todos querem mais verde, até dentro de casa, as “urban jungles” são parte dessa mudança. O caminhar mais, o desfrutar da sombra de uma árvore ou tirar os sapatos para pisar na grama são também partes da mudança. Os projetos de paisagismo devem responder a isso e os espaços que estamos projetando hoje são mais polivalentes: menos redário e mais árvores para pendurar uma rede, menos “fire place” e mais bancos para conversar ou ler um bom livro. Mais playgrounds, mais espaços pet. Tudo está mudando e é preciso saber identificar essas mudanças e nos antecipar.

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