Há fortes sinais de que o governador eleito, Jorginho Mello, pode ter cometido seu primeiro equívoco político. Antes mesmo de assumir o mandato de chefe do Executivo estadual.
Ao escolher, ao que parece, de forma açodada, um lado na disputa pela Presidência da Assembleia Legislativa, o liberal não foi assertivo.
Na terça-feira, a musculosa bancada do PL na Alesc, com 11 deputados, definiu apoio a Zé Milton Scheffer (PP), que, não cansamos de repetir, é um dos melhores quadros da Assembleia.
A questão não é o nome e nem o perfil de Zé Milton. O problema é que a articulação em torno de Mauro de Nadal (MDB) ganhou contornos definitivos para a conquista do comando do Legislativo Estadual.
Agora há pouco, o MDB e o PSDB fecharam um bloco na Alesc. Serão oito deputados. Noutra frente, o PT, o PDT e o PSOL também estão na mesma toada. Formarão outro bloco. Seis deputados.
PSD, União Brasil e PTB acertaram os ponteiros na mesma balada. Contarão com sete parlamentares.
Nessa conta já são 21 votos, o suficiente para decidir os rumos no Parlamento catarinense.
Evidentemente que o seguro morreu de velho. Ainda mais em se tratando de disputas por poder político.
Também por esse detalhe, Mauro de Nadal já conta com dois votos do Podemos, Lucas Neves e Paulinha da Silva; e também conquistou o apoio do Republicano Sérgio Mota. Teríamos aí 24 deputados.
Há, ainda, articulações em curso para trazer Camilo Martins (que soa muito bem encaminhada), presidente estadual do Podemos, para o grupo. Chegariam a 25 parlamentares.
Ao lado de Zé Milton, estão os 11 do PL, os três do PP, e Matheus Cadorin, do NOVO. São 15 votos.
Outro detalhe importante: Jorginho Mello sequer sentou para conversar com Mauro de Nadal. Tampouco houve acenos ou conversas sobre espaços no governo ao Manda Brasa. Nessa batida, Jorginho faz lembrar Antônio Carlos Konder Reis, em 1975, quando tentou enfiar Sebastião Campos Neto goela-abaixo e seu candidato perdeu para Epitácio Bittencourt.
ATUALIZAÇÃO – O deputado Matheus Cadorin, do NOVO, teria fechado, segundo os bastidores, com o grupo que apoia Mauro de Nadal para a Presidência da Alesc. O grupo passaria a ter 26 votos contra 14 (11 do PL e três do PP) na corrida à Presidência.
