A construção do trecho ferroviário ligando Chapecó (SC) a Cascavel (PR) foi o tema da reunião de diretores da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) com o secretário executivo do CODESUL – Conselho de Desenvolvimento do Sul – Gustavo Salvador Pereira, nesta semana, na sede da entidade empresarial.
Participaram da reunião o presidente Lenoir Antônio Broch, o vice-presidente Helon Rebelatto, o ex-presidente Nelson Akimoto, o presidente da Aurora Coop e diretor de infraestrutura Neivor Canton, o empresário Nadir José Cervelin e o diretor executivo Fabio Magro.
A construção de uma ferrovia ligando o oeste catarinense ao centro-oeste brasileiro – passando pelo trecho Chapecó-Cascavel – é imprescindível porque o desenvolvimento e o futuro dessa região barriga-verde dependem de uma ferrovia ligando essas duas regiões.
O agronegócio em Santa Catarina representa 30% do PIB estadual e contribuiu com 70% das exportações. Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de suínos e detém a vice-liderança na produção de aves. A insuficiente produção catarinense de milho e farelo de soja para alimentar a agroindústria da carne obriga o Estado a importar cerca de 5 milhões de toneladas do centro-oeste brasileiro e, suplementarmente, do Paraguai e da Argentina – com imensas despesas com o transporte rodoviário.
Para estimular investidores a se interessar pelo ramal Chapecó-Cascável um grupo de entidades catarinenses – Sindicarne/Acav, Acic, CEC, Faesc, Fiesc, Facisc e Ocesc, além da ABPA – desembolsou 750 mil reais para pagar um estudo de viabilidade econômica, técnica e ambiental para demonstrar as condições do empreendimento. A execução desse projeto tornará suportável e megaoperação de transferência de grãos para Santa Catarina e dos produtos acabados para os portos do Paraná.
O futuro ramal terá cerca de 280 quilômetros de extensão, o trajeto será indicado pelo estudo técnico e o custo é superior a 6 bilhões de reais. As próximos etapas consistem em estabelecer o leilão pelo Governo Federal e encontrar investidores dispostos a obter a concessão para explorar o trecho que inicia em Maracaju (MS), passa por Cascavel (PR) e chega a Chapecó (SC). “O prazo previsto pode passar de 10 anos, mas continuaremos constantemente acompanhando cada passo até o apito do trem”, afirma o presidente da ACIC.
Cópia desse estudo foi entregue ao secretário do CODESUL, na reunião na ACIC, demonstrando a viabilidade desse empreendimento. Ficou definido que as entidades empresariais e o CODESUL organizarão várias ações para colocar na pauta dos governos estaduais e da União federal o compromisso com a ferrovia. Entre as ações previstas está o ato público para a entrega oficial desse estudo aos governadores de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
foto>Acic, divulgação