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ESG como estratégia agrega valor de mercado para as organizações, analisa diretor da Electrolux

As estratégias sociais, de governança e sustentabilidade (ESG) não devem ser inseridas de forma pontual ou tangencial nas empresas, mas integrar o modelo de negócio de forma estratégica, com colaboração intrasetorial e intersetorial.

A análise é do especialista João Zeni, diretor de sustentabilidade e ESG da Electrolux na América Latina, empresa referência global em sustentabilidade em seu setor, entre outros índices, integrante de Dow Jones de Sustentabilidade Mundial (DJSI World), o qual já liderou por 12 anos consecutivos. A temática foi debatida, nesta terça-feira (7), durante o sétimo encontro do ESGG (Environment, Social e Governance Group, da sigla em inglês), grupo que integra o Programa WTC de Competitividade do World Trade Center (WTC) Curitiba, Joinville e Porto Alegre.

“Nosso framework ESG direciona a estratégia macro da empresa, não como algo paralelo ao negócio, mas sim de maneira integrada. Buscamos integrar sustentabilidade na maneira que trabalhamos em toda a nossa cadeia de valor, desde a compra e escolha de materiais utilizados em nossos produtos, a manufatura até o uso dos nossos produtos e seus benefícios e, por fim, seu fim de vida”, destacou Zeni.

Segundo o especialista, sem esta integração, a entrega de compromissos da empresa de longo prazo não é possível. “Entendemos ainda que precisamos de inovação e de parcerias que extrapolam nossas operações para ultrapassar barreiras e avançar para uma atuação mais sustentável. Um exemplo é a interação com a cadeia de reciclagem e processamento de resinas plásticas, para que possamos conquistar avanços conjuntos que possibilitem incluirmos mais plástico reciclado que atendam nossas especificações técnicas, em direção à nossa meta de termos 50% de plástico reciclado em nossos produtos.”

De acordo com João Zeni, as empresas existem porque existe uma demanda social por seus produtos ou serviços, já gerando impactos positivos à sociedade, sendo necessário constantemente entender como atender esta demanda reduzindo os impactos negativos e potencializando os positivos. O executivo acrescenta ainda que sustentabilidade é uma jornada que envolve temas bastante amplos, mas que precisa de seriedade e ações práticas no curto prazo e que busquem o atendimento de compromissos ambiciosos de longo prazo.

Para Zeni, as crescentes demandas sociais, regulatórias e de investidores em relação ao tema demonstram ainda mais a necessidade de uma abordagem transversal que mantenha a coerência de atuação responsável em todos os elos e relações da companhia.

Entre os avanços já existentes no âmbito da Electrolux, João Zeni citou reduções significativas de emissões relacionadas às operações da empresa (mais de 70%) e ao uso de seus produtos (mais de 40%), assim como a excelência operacional da companhia, que já possui certificações ISSO9001, 14001, 50001, 45001 e Zero Aterro em suas fábricas da América Latina. Outro ponto trazido foi a busca por alinhamento ao conceito de economia circular nos produtos da empresa, desde a concepção e design, buscando aumento de reparabilidade e reciclabilidade até o fim de vida, com parcerias como com a ABREE (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos), que está implementando um sistema de logística reversa e reciclagem de aparelhos antigos.

Entre outros temas, o executivo trouxe exemplos de avanços em relação às metas e busca pela neutralidade climática da Electrolux, a inclusão de metas deste tema no Bônus de executivos, avanços em relação à questões sociais como diversidade e inclusão e os avanços tecnológicos de produtos para aumento do impacto positivo como redução de desperdício de alimentos com a melhor preservação destes produtos em refrigeradores, além do aumento da vida útil de roupas com novas tecnologias em lavadoras.

Para a presidente executiva do Grupo ESGG, Naiara Augusto Czarnobai – que também é gerente de análise de riscos da SCGÁS Companhia de Gás de Santa Catarina –, é preciso uma constância na aplicação das mudanças, não apenas para se conectar com o mercado ou para prestar contas ao conselho da empresa. “Não importa o quão desafiador seja o ecossistema em que a gente esteja, sempre é possível contribuir para a mudança. As sementes que deixamos falam muito sobre a sustentabilidade do negócio.”

O que faz o WTC

Importante player no ambiente de negócios há mais de 50 anos, o WTC é formado por diferentes grupos empresariais, públicos e privados. Tem como objetivos aumentar a competitividade das empresas associadas dos três estados do Sul do Brasil, gerar negócios, fomentar o comércio internacional, disseminar melhores práticas globais, além de trazer inovação e investimentos para o país. Seus associados contam com a rede do World Trade Centers Association (WTCA) – com cerca de 15 mil profissionais em 326 unidades de 89 países – para abrir as portas pelo mundo aos atores do setor produtivo, governos e instituições.

foto>divulgação

 

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