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Esperidião Amin e a quinta dose

Na coluna de ontem, avaliamos a movimentação do senador Esperidião Amin sobre a possibilidade de uma quinta candidatura dele ao governo Barriga-Verde. No passado, em duas oportunidades (1982 e 1998), ele foi bem sucedido. Em outras duas (2002 e 2006), foi derrotado por Luiz Henrique da Silveira.

Registre-se que a primeira vitória de Amin ao governo, lá em 1982, ocorreu quando do retorno das eleições diretas neste país, quando ele tinha 35 anos.
Agora, aos 75 anos de idade, uma das dúvidas é sobre como ele efetivamente vai sensibilizar o voto daqueles eleitores que nem eram nascidos há quatro décadas. A família Amin tem de 15% a 20% dos votos. Para chegar ao Centro Administrativo, contudo, são necessários 50% dos sufrágios.
No segundo turno, Esperidião Amin conseguiria suplantar essa marca? É possível. Como também não se pode descartar que o eleitorado pode ficar com a sensação de que Amino já teve as suas oportunidades.

Saia justa

É uma situação que pode ser levantada durante a campanha e num dos debates decisivos que ocorrerão na parte final da corrida eleitoral.
O que vai responder Amin quando for questionado acerca de querer um terceiro mandato, ele que já foi governador duas vezes, sendo que a primeira há quarenta anos?

DNA de poder

Sem falar que a mulher do senador, Angela, é deputada federal, cargo que já havia conquistado no passado. Em 1990, ela foi a candidata mais votada à Câmara. Ainda estava filiada ao PDS. Angela Amin também foi prefeita da Capital por duas vezes e vereadora. O filho do casal, João Amin, é deputado estadual. Já foi vereador e vice-prefeito de Florianópolis.

Frente canhota

Outro personagem que se move como candidato a governador é Décio Lima, ex-prefeito de Blumenau por dois mandatos. Ele preside a seção Barriga-Verde do PT. Em 2018, o petista disputou em chapa pura. Não havia um partido sequer coligado com ele.
Nos últimos três anos, Décio conseguiu aglutinar as siglas canhotas, a maioria nanicas, em Santa Catarina.

Sopa de letrinhas

De qualquer forma, Décio Lima e o PT não estão mais sozinhos. O PDT e o PSB são dois partidos mais destacados que estarão ao lado dos petistas neste pleito. Além de outros cinco: PCdoB, PSOL, Rede, Solidariedade e o PV. O senador Dário Berger, recém-chegado ao PSB, fala em liderar a canhotada nas eleições. Não terá respaldo para isso. Deve se contentar em buscar a reeleição ao Senado. Tem chances, mas não será uma empreitada das mais fáceis.

Que é isso, companheiro?

Não custa lembrar que até meados de março, Berger ainda tentava a indicação para ser o pré-candidato do MDB ao governo. Daí a ungí-lo como nome das esquerdas vai uma grande distância. O eleitorado deste segmento torce o nariz.

DNA

Quem construiu a frente esquerdista foi Décio Lima. É amigo, compadre e correligionário do ex-presidiário e descondenado Lula da Silva. Quem representa a identidade de esquerda em Santa Catarina é o próprio Décio.

Estranho no ninho

Os canhotos questionam até mesmo a hipótese de ter Gelson Merisio, outro cristão novo no universo esquerdo, como postulante a vice-governador. Tanto Merisio como Berger sempre militaram por partidos de centro e da direita.

Parceria de uma vida

Os nomes naturais para compor com Décio Lima vêm do PDT. São os ex-deputados Fernando Coruja e Jorge Boeira.

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