Estados e municípios
Estas duas modalidades de entes federados brasileiros são o único destaque que deve ser incorporado ao texto da reforma da Previdência aprovado semana passada na Comissão Especial da Câmara.
Se prevalecer a vontade do presidente da Casa, Rodrigo Maia, do Planalto e aliados, o assunto começa a ser discutido no plenário nesta terça-feira, 9.
Para aprovar a matéria na Comissão Especial, de 49 deputados, a estratégia foi a retirada de estados e municípios da proposta de mudanças previdenciárias.
Mas não é mais possível valer-se deste estratagema. É preciso incluí-los na Nova Previdência. Sob pena de a nação herdar um rombo de R$ 1 trilhão em 10 anos nas cidades e estados.
É o mesmo valor, em igual período de tempo, que a União espera economizar com a mexida no regime geral de Previdência e em categorias do serviço público federal.
Se não entrarem na reforma agora, estados e municípios vão bater na porta do governo federal pois não terão como pagar a conta trilionária. Significa que eu, você, nós todos vamos ter que tapar o furo com o dinheiro de impostos.
Xô, corporativismo
O que não se pode mais aturar é a inclusão de benefícios, privilégios inaceitáveis a categorias profissionais na reforma da Previdência. Na semana passada, Jair Bolsonaro começou a ser xingado por policiais das mais diversas forças. Daí fez um apelo à Câmara no sentido de aprovar condições especiais aos policiais. Assim fica difícil de entender.
Fogo amigo
O presidente estaria conspirando contra seu próprio projeto? Só pra fazer média com os militares, ele que é capitão da reserva do Exército, agora trabalha abertamente pela reeleição? O que é prioridade? Reeleição ou o país? Não tem que ter destaque para mais nada além de estados e municípios. Se abrirem a porteira para os policiais, outras categorias vão querer também e a reforma subirá no telhado, podendo se transformar numa meia-sola sofrível e inócua.