O deputado estadual Felipe Estevão, presidente da Comissão de Pesca e Aquicultura da Assembleia Legislativa, usou a tribuna nesta terça-feira, 10, para fazer uma denúncia gravíssima. De acordo com o parlamentar, o PSL estadual instituiu, a toque de caixa, um Conselho de Ética – com integrantes que ainda são filiados ao PSDB – para perseguir deputados que fazem cobranças ao governo do estado, o que é uma das funções básicas dos parlamentares.
Estevão voltou a criticar o abandono do Porto Pesqueiro de Laguna. Há meses ele vem cobrando atenção da administração estadual ao terminal, que foi estadualizado após o deputado levantar esta bandeira.
“Nada, absolutamente nada foi feito pelo porto. Nem o básico do básico, que é tirar o lodo do calado de acesso. Lesa toda uma cadeia produtiva,” alertou ele. Um vídeo foi passado no telão do plenário, mostrando um barco com 80 toneladas de peixe com muita dificuldade de atracar, quase encalhando à beira do molhe.
ANO ELEITORAL
O deputado também lembrou que o governador Carlos Moisés esteve recentemente em Laguna anunciando R$ 4 milhões para supostas melhorias no terminal. “A gente sabe, é ano eleitoral, fica tudo bonito, colorido. Vamos fiscalizar. Se liberarem o dinheiro mesmo, vamos fiscalizar a aplicação, porque a atual gestão não conseguiu fazer sequer uma licitação,” posicionou-se.
PERSEGUIÇÃO
O deputado Felipe Estevão também denunciou que as cobranças que ele e outros parlamentares fazem ao governo viraram motivo de perseguição política. “Eu queria pensar que não. Mas o partido está sendo usado para tentar nos calar, nos intimidar. O PSL criou um Conselho de Ética para tentar cassar o meu mandato, mas a voz não é minha, é dos quase 50 mil eleitores que votaram em mim” cravou ele, salientando que nunca foi convidado para uma reunião sequer do partido e jamais consultado sobre qualquer encaminhamento no âmbito partidário.
FIDELIDADE
Por fim, o parlamentar lembrou que não mudou. Segue fiel ao presidente Jair Bolsonaro, às pautas de direita, contra o aborto, a favor da escola sem partido e a favor da família tradicional.
“Quem mudou foi o governador. Entre o poder e o povo, eu fico com o povo,” assinalou.