Coluna do dia

Estratégia do vice

Eduardo Pinho Moreira está mandando sinais políticos a vários fronts quando deixa vazar que assumirá para enxugar a máquina, extinguir secretarias, compactar outras, além de compor o colegiado com nomes eminentemente técnicos. São notícias muito bacanas e louváveis. Merece aplausos. Resta saber se, na prática, ele vai conseguir efetivar estas intenções. Porque na medida em que as eleições começam a se aproximar, as pressões aumentam de todos os lados. Pressões por indicações políticas.  Eis um aspecto.

Outro aspecto. Ainda há o sentimento de que Moreira faz movimentos para apresentar-se como candidato ao governo. Ele, que já esteve fechado com Udo Döhler e depois com Mauro Mariani. Agora, pelo visto, estaria trabalhando pelo projeto próprio. Ainda não dá pra saber até que ponto isso é real ou se é só uma tentativa de se viabilizar. Se o vice realmente quiser disputar a eleição, Mariani deve aliar-se a Dário Berger para ganhar a convenção do MDB. O deputado federal é o presidente do partido, mas quando chegar a hora da definição, Moreira vai estar no governo. Interinamente ou efetivado. Se for efetivado, porque não se pode ter absoluta certeza na renúncia de Raimundo Colombo.

 

Peso nulo

Nessa disputa interna, Udo Döhler não pode ajudar em nada. Não tem vida partidária nem delegados ligados a ele. Eduardo Moreira certamente teria o apoio dos ex-governadores Casildo Maldaner e Paulo Afonso Vieira. Mauro Mariani, o respado de Dário Berger. É uma disputa hipotética. Se não acontecer, o quadro converge para o nome de Mariani.

 

Prévias

O fato é que o presidente do Manda Brasa Barriga-Verde, Mauro Mariani, está se preparando para, na próxima reunião da Executiva estadual, dia 22 de janeiro, abrir as inscrições às prévias no MDB. Quem desejar concorrer ao governo do Estado, terá que se inscrever. A eleição interna, se acontecer, será no fim de março.

 

Data

Ao estabelecer o fim de março como prazo para as prévias do MDB, Mariani abre a possibilidade de inscrição para o prefeito Udo Döhler. Neste caso, ele não precisaria renunciar à prefeitura de Joinville sem ter a certeza de que será o nome da legenda para encabeçar uma chapa. Para disputar o Centro Administrativo, Udo teria que abdicar da prefeitura de Joinville até 7 de abril.

 

Sem surpresa

A estratégia de Mauro Mariani também tem relação direta com a situação de Eduardo Moreira. Ao estabelecer as prévias, o atual vice pode e inscrever ou não. É uma forma de o presidente do partido não ser surpreendido por movimentos do próprio Moreira mais adiante, caso ele assuma o Estado definitivamente. A jogada traria margem de considerável segurança a Mariani.

 

Sintonia

Neste contexto, o que se observa é uma fina sintonia entre Eduardo Moreira e Raimundo Colombo quando o assunto é o MDB. O governador deseja, prioriza um acordo com a turma do Manda Brasa. Postura que entra em choque com o presidente do PSD, Gelson Merisio, que está fazendo todo o jogo pra se alinhar ao PP, ao PSB – estes dois praticamente fechados -, assim como ao PDT e a outros partidos.

 

Tucanos

Merisio também mantém a perspectiva de entendimento com o PSDB, assim como o próprio MDB. Os tucanos também não descartam lançar chapa pura no pleito deste ano.  Só que nessa montagem do governo de transição, a sintonia de Moreira com Colombo é perfeita. Em relação a Merisio, Eduardo Moreira, sempre que pode, dá umas estocadas. O pessedista costuma devolver no mesmo tom. Ou seja, no eixo Colombo-Moreira-MDB, o céu é de brigadeiro. Quando o primeiro nome do eixo é Merisio, o tempo está sujeito a chuvas e trovoadas.

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