Manchete

Estratégia para o Senado em 2026

Em 2022, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, ousou. Jorginho Mello não tinha aliado, aliás, tinha o modestíssimo PTB do então deputado Kennedy Nunes, que concorreria ao Senado. Mas estava em disputa apenas uma vaga à Câmara Alta.

Foi quando Bolsonaro resolveu indicar Jorge Seif, que foi seu secretário Nacional da Pesca, e considerado como o 06, tamanha ligação que tinha com o então Presidente da República. Foi um impacto, mas será que isso vai dar certo? Era a grande pergunta daqueles dias.  E deu.  Em 2018, Lucas Esmeraldino, que presidia o PSL catarinense, não se elegeu senador por 18 mil votos, ficando nos calcanhares justamente de Jorginho Mello.

Lá em 2018, foram seis estaduais e quatro federais eleitos na onda Bolsonaro. Em 2022, o crescimento foi significativo: 11 estaduais, seis federais, e, ainda, o senador, como apreciamos, além do governador. Moisés da Silva lá atrás e depois Jorginho Mello.  Quando olhamos para 2026, por ora, Bolsonaro está inelegível.

Ledo engano

É pouco provável que essa decisão seja revertida, mas, como ocorreu com Lula em 2022, depois de barrado em 2018, se faz necessária a cautela e a observação atenta ao quadro. Não só político, mas partidário-eleitoral. Além, é claro, neste país, avaliar tudo sob o aspecto do Judiciário.

Incógnita

E Bolsonaro, dessa vez, vai ousar novamente?  Sim, porque se especula Carlos Bolsonaro, que é vereador pelo Rio. Flávio, o primogênito, vai ser candidato à reeleição por lá. E Eduardo, deputado federal por São Paulo deverá concorrer ao Senado por aquele estado.

Ah, tá

Falaram até em Michelle Bolsonaro para a Câmara Alta por SC. Possibilidade zero. A ex-primeira-dama está escalada para concorrer ao Senado pelo Distrito Federal. Mas, pelo visto, Bolsonaro não vai repetir o movimento da eleição passada, quando colocou Seif para concorrer em Santa Catarina. Portanto, Carlos está fora de cogitação.

Missão impossível

A operação familiar visando o Senado é de elevadíssimo risco. Por mais forte eleitoralmente que seja, o ex-presidente.  E como ficaria o Senado pelo PL catarinense?  O nome absolutamente natural é o da deputada federal Carol De Toni.  

Campeã

Não só porque ela fez quase 250 mil votos na última eleição, votação que só não conseguiu suplantar a de Esperidião Amin federal no passado recente.

Consolidação

Carol De Toni teve a maior votação do pleito proporcional. Outro aspecto. Já no segundo mandato, a catarinense conseguiu uma façanha que é digna de registro: presidir a poderosíssima CCJ da Câmara dos Deputados.

Filtro

Absolutamente tudo o que tramita na Câmara passa pela Comissão de Constituição e Justiça.

E mais do que isso. De Toni cada vez mais consolida a sua liderança, não apenas dentro do PL catarinense, mas sobretudo em Brasília, com a cúpula liberal do partido e com a própria família Bolsonaro.

Espaço

Diferentemente de 2022, em 2026 são duas vagas ao Senado.  A de Esperidião Amin e a de Ivete Appel da Silveira, que substituiu Jorginho Mello.

Divisão

Ficando uma vaga para o PL, no caso para Carol De Toni, falava-se muito em Esperidião Amin na segunda vaga, partindo da premissa de uma coligação dos progressistas com o PL.

Guinada

Só que, nos últimos dias, passou a entrar no circuito, quem sabe, um entendimento entre os antigos rivais e até desafetos progressistas e emedebistas para uma composição na majoritária.

Alternativa

Ou seja, a convergência poderia levar a uma terceira via, com MDB e PP não ficando a reboque nem do PSD e nem do PL.

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