BR-280 deve incorporar a Dona Francisca e a rodovia do Arroz. A rodovia Jorge Lacerda, que liga Gaspar e Blumenau à BR-101, entrará no pacote da BR-470, informou o secretário do Planejamento, nesta quarta-feira (19), em Florianópolis
O governo de Santa Catarina e o Ministério dos Transportes estão estudando a inclusão de parte das rodovias estaduais no pacote de concessão de trechos federais que cortam o Estado. Os estudos preliminares do plano de concessão de rodovias estaduais catarinenses foram apresentados pelo secretário de Estado do Planejamento, Murilo Flores, durante reunião da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). O encontro foi realizado nesta quarta-feira (19), em Florianópolis.
Flores lembrou que fazer concessão de rodovia não é algo simples, pois precisa contemplar estudo do fluxo atual e futuro, e definir onde é prioridade fazer os investimentos e o prazo. “Tudo isso impacta na tarifa do pedágio. Quanto mais investimento e mais no curto prazo, maior a tarifa. Então, tem que estudar para que a necessidade de investimento seja atendida, mas que a tarifa seja algo aceitável pela sociedade”, declarou. Segundo ele, a BR-280 vai incorporar a Dona Francisca e a rodovia do Arroz. A rodovia Jorge Lacerda, que liga Gaspar e Blumenau à BR-101, entrará no pacote da BR-470. “Então, isso resolve problemas de estradas estaduais num único pacote de concessão e reduz a tarifa. Fundamentalmente, só estão entrando na concessão federal rodovias estaduais que auxiliam o investimento e a redução de tarifa”, afirmou. Conforme o secretário, os estudos das BRs 280 e 470 devem ser concluídos até o final do ano e a previsão de lançamento de edital é para o primeiro semestre de 2018. Ainda segundo Flores, a estimativa inicial é que a tarifa seja de R$ 6 a R$ 7 para cada 60 quilômetros no caso de automóveis.
O presidente da Câmara, Mario Cézar de Aguiar, destacou a importância de melhorar as rodovias catarinenses. “Com a modernidade da engenharia não é possível admitir operações “tapa-buracos”. Sempre defendemos a manutenção e a prevenção. Queremos ser um parceiro do Estado e do governo federal”, disse.
O secretário do Planejamento explicou ainda que nos últimos três anos e meio o governo catarinense aportou cerca de R$ 5 bilhões em recuperação e revitalização de trechos estaduais, mas não há recursos para garantir a manutenção deles. “Temos a preocupação que é a questão da manutenção. Os esforços que estamos fazendo vão por terra sem manutenção de qualidade”, finalizou.
Ainda durante a reunião da Câmara, representantes dos aeroportos de Joinville e Navegantes abordaram os projetos de concessão dos complexos logísticos dos respectivos aeroportos. “Santa Catarina é um Estado industrial e tem uma movimentação no comércio internacional bastante importante. A carga aérea é importante e para isso precisamos dotar nossos aeroportos de condições de absorver essa carga. A concessão é uma boa opção para que possamos agilizar a entrega dessas estruturas aeroportuárias para Santa Catarina”, concluiu Aguiar.
Também durante o encontro foi apresentado o projeto do Porto Brasil Sul, que deve ser construído em uma área de 146 hectares, na saída do canal de acesso ao Porto de São Francisco do Sul.
Foto> Filipe Scotti, divulgação