Manchete

Evento na FIESC debate perspectivas e desafios do setorde saúde

Empresas, prestadores de serviço e profissionais devem atuar juntos para conter tendência de alta nas despesas  

Evento promovido pela Academia FIESC de Negócios reuniu empresários, médicos, prestadores de serviços na área de saúde e pesquisadores para discutir tendências e desafios do setor. Houve consenso sobre a necessidade de união entre os diversos envolvidos para buscar soluções para um problema que pode afetar a todos em pouco tempo. Os gastos com saúde no Brasil ultrapassam 9,5% do PIB e seguem trajetória ascendente. Segundo estimativas, em 2035 as despesas com medicamentos, internações, planos de saúde, equipamentos, tratamentos, entre outros produtos e serviços podem representar o equivalente a algo entre 16% e 18% de todas as riquezas produzidas no País.

O número preocupa, já que os recursos são escassos, e exige que o tema seja tratado como prioridade e com uma agenda comum entre profissionais da área, gestores, Governo e iniciativa privada. Hoje as empresas pagam diretamente 70% dos custos da saúde suplementar, responsável pela ofertade atendimento a mais de 51 milhões de pessoas. “O grande desafio que temos pela frente é garantir a saúde das pessoas e ao mesmo tempo manter os custos do setor sob controle”, diz o coordenador da vertical saúde da Academia e CEO da LifesHub, Ademar Paes Junior.

Ele explica que a demanda por serviços cresce estimulada por alguns fatores, como o envelhecimento da população, com a consequente alta nos casos de doenças crônicas, e o maior acesso à informação, que faz as pessoas buscarem diagnósticos e tratamentos. “Precisamos mudar o sistema, investindo mais em prevenção e priorizando o desfecho ideal de cada caso. Isso exige repensarmos estratégias. Hoje priorizamos a medicina curativa, mas podemos ganhar eficiência se apostarmos em uma jornada mais inteligente”, diz Paes. O uso de dados para segmentação da população e a criação de cadeias de cuidado específicas pode ser um caminho.

Jefferson Galdino, da WEG, mostrou que projetos de promoção a bons hábitos nas organizações baseados em dados e indicadores podem gerar benefícios para os colaboradores e resultados para a empresa. Robson Devegilli, da Unimed, apresentou projeto de apoio a pacientes oncológicos que a cooperativa desenvolve para antecipar diagnósticos e tratamentos e evitar complicações na situação dos pacientes.

Em paralelo, é fundamental apostar na inovação como ferramenta para aumentar a eficiência no setor. Paulo Carvalho, da Bionexo, mostrou como é possível usar a tecnologia para reduzir despesas com compra de suprimentos. Deivis Paludo, da DB Diagnósticos, destacou como a terceirização de alguns serviços, como a análise de exames de alta tecnologia e custos elevados, pode contribuir para a democratização do acesso a diagnósticos mais precisos e modernos. O essencial, acrescenta Ademar Paes Junior, é buscar a integração de esforços, o que passa pelo uso intensivo de dados e inteligência.“Quando conhecemos a população – seus hábitos, fatores de risco, determinantesde saúde, entre outras variáveis – podemos criar estratégias de atuação mais eficazes”. Isso exige, segundo ele, aproximação e vínculos de confiança estabelecidos entre profissionais de saúde, prestadores de serviço, agentes públicos e empresas e outros responsáveis pelo financiamento do sistema. “Assim podemos criar um círculo virtuoso na área de saúde”.

O evento na Fiesc ainda a teve a participação de MaurícioFernandes Silva, da Imex Medical; Elisa Olsen, da Olsen; Moacir Antonio Marafon,da Softplan e MED-401, e José Fiates, da FIESC.

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