Esta semana, a Assembleia Legislativa promoverá três audiências públicas – terça, quarta e quinta – para discutir a proposta de reforma administrativa do governo do Estado.
O debate será fatiado em função da complexidade do projeto que pretende estabelecer uma nova lógica no funcionamento da máquina estatal.
Em linhas gerais, as mudanças foram bem recebidas na Alesc, mas evidentemente haverá alterações. Até porque o Executivo não articula praticamente nada com os deputados, que são pressionados pela sociedade e seus segmentos.
O parlamento começará a aprofundar o debate sobre a reforma administrativa no exato momento em que começará a tramitar na Casa outra proposta polêmica: a da redução do duodécimo (o repasse mensal que o Executivo faz aos demais poderes). O projeto também é de origem do Executivo, subscrito por Moisés da Silva.
Desdém
Nestes quase quatro meses de novo governo, o sentimento na Assembleia é de que o Centro Administrativo não está nem aí para o Legislativo. O que não é bom. Na democracia, os poderes devem se equilibrar, se respeitar e interagir, tudo o que não vem acontecendo em Santa Catarina.
Placar
Moisés já sofreu uma derrota acachapante na questão do seu veto à emenda que estabeleceu mais R$ 180 milhões anuais aos hospitais filantrópicos. No contexto atual, o Executivo pode chegar ao recesso de meio de ano colecionado outra goleada contra (redução do duodécimo) e uma vitória parcial na reforma administrativa. A conferir!
Campanha e realidade
Pelo atual sistema político, qualquer chefe do Executivo precisa do Legislativo (municipal, estadual ou federal) para governar. Quer gostemos ou não. Na campanha eleitoral é possível usar prestígio e redes sociais para suplantar adversários. Mas só estes dois elementos não são suficientes para governar.
Contexto
O líder do governo Moisés da Silva na Assembleia é do PR. O partido é comandado no estado por Jorginho Mello. O senador tem dito e já atua nos bastidores para disputar o governo em 2022. Em tese, contra o próprio Moisés ou alguém do seu grupo. Mello também pode fechar acordo com o MDB, partido que segue muito prestigiado com cargos e mais cargos na máquina estatal.
Dormindo com o inimigo
Se não estiver com Mello, o Manda Brasa certamente terá candidato à cabeça de chapa. É uma lógica difícil de entender. Moisés da Silva vai dando espaço e fortalecendo possíveis adversários dentro da própria casa!