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Manchete

Falta articulação política em SC

O governo Jorginho Mello vai ter, definitivamente, que trabalhar sua articulação com a Alesc. Está mais do que provado que a relação entre o Executivo e o Legislativo carece de um melhor entrosamento. Não há nenhuma má vontade dos parlamentares em geral. Tirando, claro, uma meia dúzia de sete ou oito. Alguns por questões ideológicas. Outros por já estarem olhando para 2026 e que buscam desestabilizar o atual governador. Ao natural, Mello será candidato à reeleição.
Tirando este pequeno bloco de oposição, a maioria dos deputados estaduais está aberta às negociações. Evidentemente que as emendas parlamentes e cargos aqui e ali, além de obras e investimentos nas regiões representadas pelos deputados, entram neste contexto. De falta de articulação.
Nada, contudo, que não se possa contornar. Tudo dentro de uma lógica republicana, naturalmente. Mas se a coisa correr solta como está correndo, sem uma coordenação eficiente, ficará muito difícil para o chefe do Executivo aprovar matérias do seu interesse.

Sinalização

Não custa lembrar que já há alguns vetos derrubados pela Alesc, incluindo o do IPVA. Claro que o Executivo tem tudo para acionar a PGE e judicializar essa questão. O que não poderá ser uma prática corriqueira na relação entre o Centro Administrativo e o Palácio Barriga Verde sob pena de azedar de vez as relações.

Praxe

Em tempo. Abre parêntesis: a reforma administrativa deverá ser aprovada com alguns ajustes. É aquele voto de confiança. O famoso prazo de carência, tanto da sociedade como da Assembleia costumeiramente concedidos ao governador que chega ao cargo.

Peso das urnas

Ainda mais para Jorginho Mello, que teve uma vitória esmagadora, de 70% dos votos. Se foi ou não impulsionada pelo bolsonarismo, pelo conservadorismo, muito forte, robusto em SC, isso é outra história. O fato é que ele está no exercício do governo. Fecha parêntesis.

Universidade Gratuita

É preciso balizar essa convivência com o Parlamento Estadual o quanto antes. Há um projeto do maior interesse do governo, o Universidade Gratuita, pois foi compromisso de campanha e que vai demandar muita articulação, até agora praticamente inexistente.

Perfil

Está faltando a participação direta de lideranças ou de secretários que possam fazer a ponte. O líder do governo, de primeiro mandato na Alesc, não parece talhado para esta missão mais espinhosa. O Chefe da Casa Civil também é um deputado de primeiro mandato. Licenciou-se da Alesc e está diante do desafio de azeitar a aprovação desta matéria estratégica. Salvo engano, também terá dificuldades.

Entrando no circuito

O próprio governador, assim como Lula da Silva no plano nacional, terá que entrar no circuito. Jorginho cumpriu quatro mandatos na Assembleia, Casa que presidiu. Foi duas vezes deputado federal, senador e agora governador. Além de um mandato de vereador. Ou seja, nove mandatos para o atual chefe do Executivo. É um político pra lá de experiente.

Jogo duro

Ele sabe como é o jogo, a relação envolvendo Executivo e Legislativo. Se não se articular, considerando-se a queda-de-braço entre as universidades comunitárias e as particulares, terá grandes dificuldades para aprovar o Universidade Gratuita. Na toada atual, o projeto pode até mesmo vir a ser descaracterizado de seu texto original.

Timing

O momento é agora, daqui a pouco a Alesc estará entrando no recesso de meio de ano. Na pior das hipóteses, o governo tem que se movimentar para ingressar no segundo semestre com o pé direito na relação com a Alesc. Buscar, efetivamente, algo que foi construído por antecessores como LHS e Raimundo Colombo, que governaram com 30 deputados.

Estrada

Isso não ocorreu com Moisés da Silva, neófito e desconhecido. Tanto é que o ex-governador não conseguiu carimbar o passaporte para o segundo turno da eleição em 2022, suplantado que foi pelo petista Décio Lima.
Bem diferente de Jorginho Mello. O liberal é articulado, atilado e enxerga política como poucos.

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