Tubarão, a segunda maior cidade do Sul catarinense, tem novo prefeito até 31 de dezembro de 2024. Deu a lógica. Jairo Cascaes, do PSD (E), tendo Moisés Nunes, do PP, levou 10 dos 15 votos indiretos (somente os vereadores votaram).
Zé Luiz Tancredo, do MDB, ficou com os outros cinco votos. Tinha como candidato a vice o tucano Denis Matiola.
O secretário da Casa Civil, Estêner Soratto Filho, que é deputado estadual licenciado e pré-candidato a prefeito ne eleição de 2024 na Cidade Azul, apesar de toda a mobilização, não conseguiu reverter a situação.
A chapa vencedora já havia sido articulada, arquitetada com bastante antecedência pelo deputado estadual Julio Garcia. Projeto que contou, ainda, com o concurso do ex-prefeito Joares Ponticelli.
Essa eleição suplementar só ocorreu justamente porque Ponticelli, do PP, e seu correligionário, Caio Tokarski, renunciaram aos mandatos de prefeito e de vice para o qual foram eleitos em 2020.
Mensagem
A dupla foi forçada a renunciar em meio às investigações da Operação Mensageiro. Ambos foram transformados em réus pela Quinta Câmara do Tribunal de Justiça. Acabarm presos. Ponticelli já está em liberdade, mas Caio continua detido. Após as renúncias, os processos desceram para o primeiro grau.
Projeção
O pleito indireto muda o panorama eleitoral da cidade. Jairo Cascaes, agora como prefeito, tem boas perspectivas para se cacifar em busca da reeleição no ano que vem.
O curioso é que o PP do ex-prefeito, pelo brutal desgaste de Joares Ponticelli, abriu mão da dianteira nos entendimentos em favor de Julio Garcia. E o PP, que ainda é o seu partido, indicou o vice.
Todos juntos
Até mesmo o prefeito em exercício, Gelson Bento, também do PP, respaldou essa equação que favorece o PSD. Ele era o presidente da Câmara quando Joares e Caio foram afastados e assumiu interinamente o Executivo.
Adeus
Como Ponticelli está deixando o PP para se filiar ao Republicanos, toda a articulação foi no sentido de colocar o PSD na proa em Tubarão.
Linha de apoio
Até porque o Republicanos hoje é um apêndice do PSD sob a batuta do ex-governador Moisés da Silva. O partido deve se aliar aos pessedistas em Tubarão já na eleição municipal de 2024 e não se descarta uma parceria estadual entre as duas siglas com vistas ao pleito de 2026.
Um e outro
Moisés, assim como Jorginho Mello em 2022, foi guindado ao governo pela Onda Bolsonaro de 2018. Ocorre que o ex-governador assumiu e já traiu o ex-presidente da República. Nos quatro anos de seu mandato, Moisés nunca foi recebido por Bolsonaro e jamais pode oferecer um almoço sequer ao ex-presidente.
Fidelidade
Jorginho Mello, em menos de sete meses de governo, já recebeu Bolsonaro e sua esposa, Michelle, inclusive para um pernoite na Casa d’Agronômica. E olha que lá atrás Bolsonaro era presidente!
Antagonismo
O quadro está estabelecido. Nas maiores cidades teremos embates entre o PL do governador e o PSD de Julio Garcia muito provavelmente tendo o Republicanos como linha auxiliar.
Tem adversário
Enquanto Joares Ponticelli estava preso, o quadro apontava para o favoritismo absoluto de Estêner Soratto para a conquista da prefeitura de Tubarão em 2024. O cenário pode mudar se Jairo Cascaes conseguir uma gestão profícua, realizadora, embora de tiro curto.
Contra o tempo
O prefeito eleito indiretamente pode transformar-se num concorrente interessante ao projeto de Soratto.
Máquina
O secretário da Casa Civil terá o respaldo do governador, que pretende fazer investimentos impactantes na Cidade Azul. Naturalmente que Jorginho Mello não poupará esforços para ver eleito um correligionário seu.
Sobretudo numa disputa contra o PSD, partido que já se posicionou como principal antagonista do PL tendo como pano de fundo as eleições majoritárias de 2026.
