Inúmeras autoridades lotaram as dependências e arredores da Academia Nacional da Polícia Rodoviária Federal na manhã desta sexta-feira, em Florianópolis. Participaram da formatura da primeira turma de novos policiais formados aqui no Estado. Mas se acotovelaram mesmo para cumprimentar e tirar uma foto com o presidente Jair Bolsonaro.
A governadora interina, Daniela Reinehr, acompanhou o presidente desde a chegada, demonstrando desenvoltura e sintonia com Bolsonaro. Ela também recebeu cumprimentos cordiais da deputada Caroline De Toni, muito ligada ao presidente da República, assim como outro federal do PSL, Daniel Freitas, que pegou carona no voo presidencial. Os ministros Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, e da Justiça, André Mendonça, também vieram a Santa Catarina. A próxima parada da comitiva foi em Chapecó.
Deselegância desnecessária
Um fato lamentável, mas típico dele, foi a deselegância do senador Jorginho Mello, que passou direto por Daniela Reinehr. Sequer cumprimentou a governadora em exercício. Quando começou o processo de impeachment, Daniela percebeu que não ia bem encaminhada sua defesa, então a cargo de um filho do senador.
Pano de fundo
Ela destituiu o advogado e foi buscar Karina Kuffa e Ana Blasi, que deram um show de competência. Evidentemente que isso não é motivo para tamanha deselegância do senador, agora um dos vice-líderes do governo no Congresso.
Evidentemente que Jorginho também torce o nariz para Daniela porque se ela se viabilizar para 2022, ele corre o risco de perder o tão sonhado, desejado, almejado, buscado apoio do presidente com vistas ao próximo pleito estadual.
Déjà-vu
Dito tudo isso, o distinto público ficou aguardando algum anúncio do presidente em relação às inúmeras demandas de Santa Catarina. Sobretudo no segmento de Infraestrutura. Não houve. Jair Bolsonaro vai se encaminhando para o fim de seu segundo ano de governo e não se viu nada de relevante, de novo, de diferente. O estado segue à pão e água em termos do retorno da União.
Santa Catarina, estado pequeno territorialmente, não tão densamente povoado como outras unidades da federação, é o sétimo arrecadador de impostos. Manda bilhões e bilhões todos os anos a Brasília. E nunca é reconhecido. A expectativa com Bolsonaro era outra. Se ele continuar assim, dificilmente vai repetir a histórica votação conquistada em 2018 entre os catarinenses. Respeito, um mínimo de justiça fiscal e atitudes concretas, é só o que o catarinense pede.
Celeridade
Decisão do presidente do Tribunal Especial do Impeachment, desembargador Ricardo Roesler, limpa a pauta do processo. O magistrado registrou todos os pedidos para arrolar testemunhas, produção de novas provas e a juntada de documentos que foram apresentados pelo autor do pedido de impedimento, o defensor público Ralf Zimmer Júnior.
Fragilidade
Rosler entendeu que a peça formulada por Ralf não preenche os “requisitos mínimos” sob a ótica da formalidade.
Com isso, está aberto o caminho para o julgamento do governador ainda em novembro, data ainda mais próxima do que se projetou inicialmente.
Como testemunhas, Zimmer tinha relacionado, entre outros, o ex-ministro Sérgio Moro. Clara estratégia para ganhar tempo. Moisés da Silva está afastado temporariamente do cargo.
Nova ofensiva
O defensor público afirmou que pretende apresentar novos documentos ao processo de impeachment. Ele tem cinco dias, contados a partir de quinta-feira, 5, para isso.