Coluna do dia

Fervura de fim de ano

O interminável 2016 vai se encaminhando para o seu final (pelo menos no calendário) e as perspectivas para a economia e a política, em 2017, estão bem aquém daquilo que se projetava depois da queda de Dilma Rousseff. Na verdade, o cenário é sombrio, em que pese os esforços do setor econômico do governo para desentubar o paciente, que segue respirando por aparelhos.

O pacote microeconômico apresentado na quinta-feira ao distinto público soou muito mais como uma tentativa de reverter a pauta negativa, acenando para o futuro. São medidas complexas que podem, no longo prazo, trazer efeitos benéficos combinados com os ajustes fiscais. Beleza.

Mas o fato é que a política segue na lona e segue contaminando a economia tupiniquim.

Os investidores permanecem em standby até que o cenário esteja mais claro e bem menos belicoso.

 

Cerco

A Lava Jato se aproxima cada vez mais de Lula da Silva – denunciado pelo MPF pela quinta vez por corrupção -, cerco que também se fecha sobre a cúpula do PMDB e sobre o próprio Michel Temer. Em fevereiro, haverá novos presidentes da Câmara e do Senado e quiçá o quadro comece a ter um mínimo de estabilidade. Até lá, muita água deve rolar. Até porque 2016 ainda não terminou!

 

Sem chance

Mesmo procurando freneticamente uma chicana jurídica para se reeleger presidente da Câmara, Rodrigo Maia dificilmente conseguirá o intento. A Constituição é bem clara. É vedada a reeleição na mesma legislatura. A atual vai até janeiro de 2019.

 

Enrolado

Mardelo Odebrecht, outrora o Príncipe do empresariado brasileiro, confirmou o que se ex-homem de confiança delatou: Michel Temer, nas dependências do Palácio do Jaburu, pediu “contribuição” de R$ 10 milhões. O presidente também já foi citado por um terceiro delator da Odebrecht no contexto da Lava Jato!

 

Ladeira abaixo

Números da pesquisa CNI/Ibope divulgados sexta-feira confirmam a tendência de queda da avaliação do governo Temer mostrada pelo Datafolha nesta semana.

Avaliaram a gestão como ruim ou péssima 46% dos entrevistados. O percentual de pessoas que consideram o governo regular é de 35% e os que avaliaram como ótimo ou bom somam minguados 13%.

 

Poderoso chefão

Apesar de botar seu “exército” de bandidos e arruaceiros nas ruas para tentar intimidar a Lava Jato, Lula da Silva foi denunciado pela quinta vez por corrupção. Os procuradores parecem não se intimidar com o rosnar da escumalha. Segundo o MPF,na nova denúncia, o ex-presidente teria liderado um “estrondoso esquema criminoso”, sendo ele o “maior responsável pela consolidação, desenvolvimento e operação do grande esquema de corrupção revelado na Operação Lava Jato, tendo sobre ele domínio de realização e interrupção”. Enquanto isso, os advogados e asseclas dos petistas não se defendem com argumentos. Preferem atacar e tentar desqualificar a força-tarefa.

 

Otimista

Raimundo Colombo está otimista com relação a 2017. Ao participar da reunião de diretoria da Fiesc, na sexta-feira, em Florianópolis, o governador afirmou que “2017 será o ano para começar a consertar o país, para colocar o trem nos trilhos. Não podemos perder o que conquistamos, mas precisamos de coragem para mudar o que está errado, sair da região de conforto, não se acomodar e acabar com privilégios”.

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