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FIESC apresenta Agenda da Água a parlamentares de SC

Documento é uma contribuição da entidade para a construção de uma política de Estado para a água. Também alerta para a situação do saneamento e mostra que o estado é o 6° no país com maiores prejuízos decorrentes dos desastres naturais, com a indústria liderando o ranking nacional de perdas do setor

O presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, apresentou a Agenda da Água, em sessão na Assembleia Legislativa (ALESC), nesta quarta-feira, dia 22, em Florianópolis. O documento, baseado em cinco pilares: suprimento, qualidade, falta, excesso e governança, é uma contribuição da entidade para a construção de uma política de Estado para a água em SC.

“Lançamos a Agenda no final de 2023 para chamar a atenção da sociedade e dos gestores públicos para a sustentabilidade dos recursos hídricos. Estimativas mostram que, até 2027, praticamente todas as regiões hidrográficas catarinenses estarão com o balanço hídrico (qualidade e quantidade de água) em situação que vai de crítica a insustentável. E isso é preocupante e traz um alerta para a necessidade urgente de se construir uma política de Estado para a água”, afirma Aguiar.

Outro assunto destacado no documento são os desastres naturais. Dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil (2023) mostra que, de 1991 a 2022, Santa Catarina registrou R$ 32,5 bilhões em prejuízos com desastres naturais — o sexto maior do país. Nesse montante, estão calculados desastres decorrentes de alagamentos, chuvas intensas, enxurradas, inundações, movimento de massa, rompimento/colapso de barragens, estiagem e seca.

Nesse mesmo período, os prejuízos da indústria catarinense, decorrentes de desastres naturais, totalizaram R$ 2,67 bilhões — o estado lidera o ranking brasileiro. Enxurradas e inundações correspondem a mais de 92% dos prejuízos causados às indústrias.

O saneamento é outra área preocupante. Santa Catarina ocupa a 19ª posição no índice de atendimento urbano de esgoto — com uma cobertura de apenas 32,2% — bem abaixo da média nacional, que é de 64% (dados do SNIS, ano-base 2021). De acordo com o Instituto Trata Brasil, SC precisaria investir cerca de R$ 6,4 bilhões nos próximos 33 anos para atingir a universalização do saneamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, cada real investido em saneamento, gera uma economia de R$ 4 em saúde.

De acordo com Aguiar,  a Agenda da Água, além de ser participativa, é dinâmica. “A atualização será anual, para apresentarmos a situação pontual e o atendimento às proposições. Vamos seguir monitorando as obras essenciais em andamento relacionadas com o saneamento e a mitigação e contenção de cheias por intermédio do Monitora FIESC. Temos que ser proativos quando se trata da água”, afirmou Aguiar.

Obras atrasadas: A ferramenta Monitora FIESC acompanha 10 obras e projetos relacionados à contenção e à mitigação dos efeitos das enchentes em SC. 77,8% das obras de saneamento estão paralisadas ou com o andamento comprometido. Os dados são de maio de 2024.

Leia a Agenda da Água aqui.

foto>Filipe Scotti, Fiesc, divulgação

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