“As soluções para os problemas vividos pelo Brasil requerem remédio amargo. Exigirão a contribuição de todos. O Brasil que exporta commodities e bate recordes constantes de arrecadação mas, mesmo assim, acumula déficits públicos dia após dia, precisa decidir que futuro quer deixar para as próximas gerações”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar. Em seu discurso na solenidade de entrega da Ordem do Mérito Industrial, realizada nesta sexta-feira, dia 21, em Florianópolis, com a participação de lideranças industriais e políticas, ele defendeu o controle das contas públicas e a segurança jurídica.
Segundo ele, o Brasil deveria seguir o exemplo dos industriais catarinenses homenageados, que nunca optaram pelo caminho mais fácil. “Sem atalhos, seguiram pelo caminho do trabalho. Trabalho árduo e incansável, por meio do qual construíram os legados que hoje estamos a reverenciar”, salientou.
Na cerimônia, a Federação entregou a Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina a: Assis Strasser, da GTS do Brasil (Lages); Francisco Graciola, da FG Empreendimentos (Balneário Camboriú); Heinz Engel, do Conselho de Acordantes da Condor (São Bento do Sul); Henrique Deiss, da Têxtil Oeste (Mondaí); e Vera Olivo, da La Moda (Criciúma). Leonardo Fausto Zipf, presidente da Duas Rodas Industrial, de Jaraguá do Sul, recebeu a comenda máxima da indústria nacional, a Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O presidente da FIESC afirmou que o setor empresarial deu um recado claro ao país, ao se manifestar com contundência contra a chamada MP do Fim do Mundo. “A emblemática rejeição da iniciativa mostra que os brasileiros começam a deixar de lado a passividade. Estamos cansados de ver privilégios injustificados para alguns, enquanto quem produz perde competitividade e faltam recursos para investir na infraestrutura, na educação, na saúde e na defesa para assegurar a soberania da Nação”, afirmou o presidente.
Aguiar destacou que colocar a indústria no centro da agenda do país é a melhor estratégia. “No planejamento nacional, em vez de produtos primários, devemos privilegiar iniciativas que agreguem valor, desenvolvam tecnologia e inovação, com sustentabilidade econômica, social e ambiental, de maneira ética. O exemplo catarinense mostra que é possível promover inclusão por meio do trabalho. Isso é importante, porque um emprego gera mais do que dignidade: cria as condições para a liberdade e a independência.”
Homenageados
Leonardo Fausto Zipft, em seu discurso representando os homenageados, destacou que o reconhecimento é marco significativo nas trajetórias pessoais e profissionais. “É fundamental termos a consciência de que, além de empresários, somos brasileiros, somos catarinenses, e que estamos aqui para contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do nosso estado, do nosso país, das nossas comunidades e dos nossos colaboradores. Nossa função ultrapassa as fronteiras de nossas organizações, temos o compromisso de fomentar o crescimento econômico sustentável e melhorar a qualidade de vida ao nosso redor”, salientou.
Edson Luiz Campagnolo, diretor da CNI, disse que, embora seja um momento de alegria, também é de tristeza. “Minha tristeza é perceber a maneira com que o setor produtivo tem sido tratado nas últimas décadas. É inadmissível que a força econômica seja relegada ao segundo plano. Inadmissível que passamos a ser o cabo da enxada e não tenhamos protagonismo. É a hora dos empreendedores serem mais ousados”.
Marcelo Fett, secretário estadual de ciência, tecnologia e inovação, representando o governador Jorginho Mello, afirmou que os homenageados são exemplos do espírito inovador e resiliência do empreendedor catarinense.
Durante o evento, também foi entregue o Mérito Sindical. A homenagem é conferida aos sindicatos que cooperam para o fortalecimento da representatividade empresarial catarinense e que permanecem filiados à FIESC por um longo período.
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