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FIESC reitera posicionamentos da indústria no evento da Ordem do Mérito

“Nós defendemos a livre iniciativa, o direito à propriedade, a independência do Banco Central, a responsabilidade fiscal e a meritocracia. Queremos a reforma administrativa para corrigir um paradoxo do setor público onde os bons não podem ser premiados, sob o argumento da isonomia; nem os maus podem ser penalizados, em função da estabilidade. Queremos a reforma tributária para simplificar e reduzir a carga de impostos”, disse o presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, em seu discurso, na solenidade de entrega da Ordem do Mérito Industrial e do Mérito Sindical, realizada nesta sexta-feira, dia 19, em Florianópolis, com a participação de lideranças industriais e políticas.

Na cerimônia, a Federação entregou a Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina aos empresários Ademir Luiz Dalla Lana (Grupo Medal, de Luzerna), Gilberto Tomazoni (JBS), Maitê Lang (Nugali Chocolates, de Pomerode), Milton Hobus (Royal Ciclo, de Rio do Sul) e Valdir Moretto (UfoWay, de Criciúma). Carlos Rodolfo Schneider, do Grupo H.Carlos Schneider, de Joinville, recebeu a Ordem do Mérito Industrial da CNI, a comenda máxima da indústria nacional.

Durante o evento, também foi entregue o Mérito Sindical. A homenagem é conferida aos sindicatos que cooperam para o fortalecimento da representatividade empresarial catarinense e que permanecem filiados à FIESC por um longo período. Clique aqui e conheça os sindicatos agraciados

Em seu discurso, Aguiar disse, ainda, que o empresário catarinense pode confiar na FIESC para a defesa enfática da agenda que o País necessita para se desenvolver. “Em nenhum momento, deixamos de dar voz aos posicionamentos do industrial, de forma transparente e corajosa, mas sempre com serenidade, baseados na Constituição e abertos ao diálogo. Foi o que fizemos, por exemplo, quando empresários foram atacados e quando o direito adquirido foi relativizado, ampliando a insegurança jurídica brasileira a níveis praticamente insustentáveis. E seguiremos em frente, representando o industrial”, afirmou.

A realização das reformas tributária e administrativa também foi defendida pelo empresário Carlos Rodolfo Schneider, que, em seu discurso, afirmou que a comenda que recebeu “é um reconhecimento ao esforço de quatro gerações que, com suas equipes, vêm construindo a história de 142 anos da empresa. “É um reconhecimento também aos industriais brasileiros que teimam em acreditar e investir, apesar do ambiente hostil e pouco competitivo do nosso país”, declarou. Na visão dele, a aprovação da reforma tributária será um grande avanço, mas a redução da carga tributária só virá com a reforma administrativa.

​​​​​​​Ele também chamou a atenção para o papel da indústria para que o Brasil possa entrar no rol dos países desenvolvidos. “Mas para que isso possa acontecer, temos que construir uma economia mais competitiva, isto é, um Brasil eficiente”, disse. Schneider fez uma defesa enfática da redução do gasto público. “A menor despesa de hoje é condição para menor carga tributária no futuro. E essa redução de gastos não significa prejudicar o atendimento à população. Pelo contrário. Significa aumentar a eficiência e a alocação de recursos, transformando um estado obeso e lento em forte e ágil, que, certamente, atenderá muito melhor o brasileiro. É resgatar o papel do poder público que é servir à sociedade e não dela servir-se”, salientou. Durante a cerimônia, o deputado estadual Matheus Cadorin, que representou a Assembleia Legislativa no evento, entregou a Carlos moção de aplausos, aprovada pela ALESC.

Maitê Lang, que discursou em nome dos homenageados, contou um pouco da sua história. “Desde pequena, a indústria faz parte da minha família. A fábrica de portas do meu pai e a fábrica de brinquedos do meu tio são memórias muito vivas da minha infância. Talvez por isso, desde cedo, meu desejo era ter minha própria indústria”, disse ela, que abriu a Nugali em 2004. “A indústria é importante não só para as pessoas que estão dentro das fábricas, mas para as famílias e para quem faz parte das cadeias produtivas, que, muitas vezes, envolvem o Brasil inteiro. Na comunidade, gera arrecadação de impostos, empregos, qualificação e educação. A indústria transforma a vida das pessoas”, resumiu.

À plateia, o governador Jorginho Mello afirmou que “Santa Catarina, historicamente, é injustiçada em relação aos retornos do governo federal”. Ele destacou, como exemplo, a demora no término da duplicação de BRs. “Não dá mais para esperar. O pedágio mais caro é a estrada que não tem. É uma agonia histórica”, salientou. Ele informou que o governo catarinense está preparando um plano de recuperação das rodovias estaduais. “Estamos fazendo uma linha de crédito para isso”, informou, destacando a parceria com a FIESC em várias frentes, especialmente na educação profissional, por meio do SENAI.

“Empresários como os senhores e as senhoras são imprescindíveis para a construção de uma economia pujante e diversificada, que faz de Santa Catarina um dos estados mais prósperos do país. O Brasil, a cada dia, tem clamado por reformas e tem a oportunidade de contribuir mais com o mundo. Precisamos trazer o Brasil de volta ao jogo”, disse o chanceler da Ordem do Mérito Industrial da CNI, Amaro Sales de Araújo.

🎖 Perfil dos industriais homenageados

🎖Ademir Luiz Dalla Lana (Grupo Medal, de Luzerna): natural de Herval D’Oeste e filho de agricultores, Ademir é sócio-fundador do Grupo Medal, de Luzerna, formado por três empresas: Medal Bombas Hidráulicas, Medal Fundição e Forty Peças. A Medal começou em 1979 no porão de casa, em Joaçaba, com os irmãos Ademir, Altair e Itacir (in memoriam). Ademir trabalhava no almoxarifado da Triton Máquinas, empresa na qual os irmãos eram metalúrgicos. Depois, Ademir passou no concurso público e foi trabalhar no Banco do Brasil. À noite e aos finais de semana, os irmãos faziam consertos em equipamentos e fabricavam cilindros de massas e eixos para recalcadores. Com o tempo, as demandas foram aumentando, as vendas cresceram e a empresa expandiu-se. Então, Ademir, formado em administração de empresas, deixou o seu trabalho no banco e passou a atuar exclusivamente na empresa da família. Hoje, o grupo emprega 280 profissionais e tem filiais em São Paulo, Recife, Goiânia e Curitiba, além de uma subsidiária nos Estados Unidos. Também tem destacada atuação na comunidade, com apoio a projetos educacionais e sociais.

🎖 Carlos Rodolfo Schneider (Grupo H.Carlos Schneider, de Joinville): Natural de Joinville, Carlos Rodolfo Schneider é bacharel e mestre pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Há mais de 20 anos está à frente do grupo empresarial H. Carlos Schneider, formado pelas empresas Ciser (a maior fabricante de fixadores da América Latina), a Ciser Automotive; a FCF (especializada em fixadores para aplicações especiais), a RBE (gestão e comercialização de energia); Hacasa (empreendimentos imobiliários) e a Intercargo (soluções logísticas). O Grupo tem longa história de incentivo a projetos sociais em áreas como cultura, esporte, educação, saúde e proteção animal. Por meio do Instituto ITHIO, o braço social da Ciser, foram investidos mais de R$ 3 milhões apenas em 2021. Além de sua atuação na iniciativa privada, Carlos Rodolfo também foi diretor-presidente da Celesc e do conselho de administração da estatal, presidiu a Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), além de lançar o Movimento Brasil Eficiente (MBE), com foco na eficiência da gestão pública e na simplificação do sistema tributário.

🎖 Gilberto Tomazoni (JBS): Natural de Ipumirim, Gilberto é engenheiro mecânico formado pela UFSC, com pós-graduação em gestão e vasta experiência na indústria global de alimentos. Profissionalmente, iniciou sua carreira na Sadia, em Concórdia, em 1983. Começou como engenheiro trainee e foi diretor-presidente de 2005 a 2009. Por três anos, ocupou o cargo de vice-presidente da Bunge Alimentos e, em 2013, ingressou na JBS S.A. como presidente global de negócios. Liderou, como CEO, a transformação da Seara Alimentos, comprada pela JBS em 2013. Já em 2015, assumiu a presidência global de operações, além das operações no Brasil, e passou a contribuir com o desenvolvimento dos negócios da empresa no exterior: Estados Unidos, Europa, México, Austrália, Canadá, entre vários outros mercados. Desde 2018, é o CEO e presidente global da JBS S.A, preside o conselho de administração da empresa americana Pilgrim´s Pride Corporation e da Excelsior Alimentos S.A. A JBS é a maior empresa de alimentos do mundo e registrou um faturamento global de mais de R$ 300 bilhões em 2022.

🎖 Maitê Lang (Nugali Chocolates, de Pomerode): Natural de Pomerode, Maitê tem 48 anos e é formada em engenharia de produção pela UFSC, em 1997. Logo após a graduação, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou em empresas como Andersen Consulting, Volkswagen-Audi e Embraer. Nas muitas viagens internacionais a trabalho, Maitê recebia encomendas frequentes para trazer chocolates de países europeus, por exemplo. Isso a fez pensar se não haveria um nicho no Brasil para chocolates de alta qualidade. Inspirada pelo pai, o industrial Cid Lang, ela sonhava em um dia fundar a própria indústria. Então, em 2004, nasceu a Nugali Chocolates, em Pomerode. Com as economias e o conhecimento em grandes indústrias, ela iniciou a empresa com dois colaboradores – atualmente são quase 60. O marido, que conheceu em São Paulo, Ivan Blumenschein, logo se juntou à Maitê. Hoje, a companhia tornou-se a marca de chocolates brasileira mais premiada no mundo e transformou a fabricação do produto em atração turística em 2021: recebe cerca de 150 mil visitantes por ano na sua sede.

🎖 Milton Hobus (Royal Ciclo, de Rio do Sul): Nascido em Rio do Sul, Milton Hobus é industrial e político. Perdeu o pai aos cinco anos, trabalhou na roça e, com 13 anos, conseguiu o seu primeiro emprego, como faxineiro, numa indústria de caldeiras próxima à sua casa. Passou a ocupar funções como auxiliar de escritório, compras, vendas e foi diretor da companhia até 1984. Em 1985, ele e Horst Bremer compraram a Metalúrgica Ciclo, indústria de peças de bicicletas na qual o pai de Hobus trabalhou. Hoje, a empresa se chama Royal Ciclo e é a segunda maior fabricante mundial de pedais e a maior fabricante de peças e componentes para bicicletas da América Latina. Fornece componentes para montadoras como Caloi, Houston Bike e Nathor. Também é responsável por mais de 80% do mercado de reposição no Brasil e exporta para a América do Sul e México. Tem cerca de 200 colaboradores e fatura mais de R$ 150 milhões por ano. No campo político, Hobus foi prefeito de Rio do Sul, secretário de estado da Defesa Civil e deputado estadual por dois mandatos, cargo em que se destacou pela atuação na manutenção da política de incentivos fiscais em SC.

🎖 Valdir Moretto (UfoWay, de Criciúma): Natural de Siderópolis, Valdir morava na roça com a família, e, aos 17 anos, mudou-se para Criciúma e trabalhou por um ano numa concessionária de automóveis. Depois, atuou como mecânico na área de mineração, mas sempre sonhou em ter o seu próprio negócio. Em 1988, aos 34 anos, tornou-se sócio minoritário da empresa do seu cunhado e a parceria durou cinco anos. Então, Valdir começou a comprar e vender saldos de peças de roupas e também lançou a Golden Jeans, marca que era vendida na fronteira do Rio Grande do Sul e Uruguai, mas que, anos depois, com o fechamento da fronteira, os negócios foram encerrados. Diante dessa situação, a empresa precisou se reinventar e Valdir entrou no ramo private label, com a fundação da UfoWay, que fabrica produtos para grandes nomes da moda nacional e internacional. A companhia, que completou 30 anos em 2022, emprega mais de 900 profissionais e tem um parque fabril de 17 mil m², localizado em Criciúma. A empresa também se destaca nas áreas social e ambiental. No campo social, está à frente de um projeto na Penitenciária Sul Feminina, que capacita mulheres para o mercado de trabalho. Na área da sustentabilidade, a UfoWay instalou um sistema com capacidade para tratar todo o efluente gerado.

foto>Fernando Willadino, Divulgação

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