Há muito mais do que somente aviões de carreira entre o céu e a terra nas mudanças que tem estremecido a Federação Catarinense de Municípios.
O pano de fundo do desembarque o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Segundo da E para a D), de acordo com fontes que têm acesso aos bastidores da política na Fecam, é a queda-de-braço que se estabeleceu entre mandatários de grandes cidades catarinenses contra o grupo dos municípios menores, este liderado agora pelo atual presidente, Clenilton Pereira (segundo da E para a D), de Araquari.
Do outro lado, além do próprio alcaide blumenauense, que acabou tendo de compor com Pereira, mas que, na verdade, mirava o comando da entidade, estão figuras como Joares Ponticelli, de Tubarão, que já pilotou a federação, mas que não faz parte do Conselho atual; e Udo Döhler, de Joinville. Embora sem mandato desde janeiro, o joinvilense comprou a bronca a partir de uma diferença pessoal que ele tem com o prefeito de Araquari. Não convidem os dois para um café.
Segundo a mesma fonte, fala-se até em tentativa de golpe por parte dos dissidentes. Para além do aspecto da disputa política interna, há, também, o choque de gestão que está em curso, de acordo com o mesmo interlocutor.
Clenilton Pereira está revendo contratos e acabando com privilégios, alguns de figurinhas até bem conhecidas nos meios políticos catarinenses. O presidente, aliás, tem em mãos várias auditorias que estariam a lhe conferir respaldo às mudanças promovidas na entidade.
Cópias de um relatório apontando alguns absurdos e outros descalabros no seio da Fecam foram entregues aos conselheiros. Mário Hidebrandt saiu e levou com ele a prefeita de Vargem, Milena Becher (ao lado de Clenilton na foto). Nenhum dos dois entrou no mérito do choque de gestão. A reclamação ficou por conta da falta de diálogo interno por parte do presidente.