O texto e as informações são do jornalista RÓBINSON GAMBÔA, do Portal GuararemaNews
“Florianópolis foi classificada em segundo lugar entre todas as 26 capitais brasileiras no primeiro Mapa da Desigualdade entre as capitais brasileiras, lançado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS). A capital catarinense ficou atrás apenas de Curitiba.
O trabalho, inédito, compara 40 indicadores das capitais brasileiras em temas como educação, saúde, renda, habitação e saneamento. O estudo reforça a percepção da distância que separa as várias regiões e estados do país, demonstrando que o Brasil é mesmo um país desigual.
Um relatório ainda parcial da pesquisa coloca Curitiba na liderança com 677 pontos. Mas não especifica a pontuação dada a Florianópolis. Na terceira colocação aparece Belo Horizonte, seguida por Palmas e São Paulo.
O Mapa da Desigualdade entre as capitais é baseado no Mapa da Desigualdade de São Paulo. O estudo é publicado há mais de 10 anos pela Rede Nossa São Paulo e pelo Instituto Cidades Sustentáveis.
As fontes dos dados são órgãos públicos oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Florianópolis foi classificada em segundo lugar entre todas as 26 capitais brasileiras no primeiro Mapa da Desigualdade entre as capitais brasileiras, lançado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS).
Florianópolis atrai cada vez mais novos moradores por conta da sua qualidade de vida. Foto: divulgação
Mapa da desigualdade
Também foram utilizados dados de organizações não-governamentais em dois temas: emissões de CO2 per capita – com dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima (OC) –; e desmatamento – com dados do MapBiomas.
De acordo com o coordenador geral do Instituto, Jorge Abrahão, os índices estão diretamente ligados aos investimentos em políticas públicas. “As questões de saneamento, de habitação precária, de qualidade de saúde e educação, de mortalidade infantil, de violência, de homicídios contra jovens, em geral, são números muito ruins nessas cidades que têm uma idade média de morrer muito baixa. Portanto, para você conseguir aumentar esse número, significa que você teria que investir em questões centrais para a qualidade de vida das pessoas”, salienta ele.
Outro indicador analisado pela publicação e que reforça a desigualdade existente entre as capitais brasileiras foi o chamado esgotamento sanitário. De acordo com o levantamento, Florianópolis tem hoje 65,71% da sua população atendida com sistema de esgoto, frente a média de 40,83% em Santa Catarina e 66,95% do País. Isso significa, no entanto, que 177.094 moradores de Florianópolis não têm esgoto coletado e tratado.
Os piores do ranking
Ainda nesse quesito, para se comparar, a população de São Paulo tem 100% de esgotamento sanitário, enquanto em Porto Velho, capital de Rondônia, apenas 5,8% da população tem esse acesso. Sobre esse dado, Abrahão faz ainda uma ressalva: embora os dados oficiais indiquem que 100% da população paulistana tem acesso a esgotamento sanitário, o índice não reflete totalmente a realidade.
“É verdade que em uma cidade como São Paulo há algumas áreas de ocupações irregulares, muitas delas que não têm essa questão resolvida. Mas isso acaba não aparecendo nesses dados oficiais”, explicou.
A falta de esgoto ajuda a colocar Porto Velho como o pior índice entre as capitais, com apenas 373 pontos. Além dela, aparecem na parte de baixo da tabela as cidades de Recife (PE), Belém (PA), Manaus (AM) e Rio Branco (AC). Das seis cidades melhores colocadas na média dos indicadores, cinco são das regiões Sul e Sudeste. E das seis piores colocadas, quatro estão na Região Norte.”