Embora alguns deputados tenham tentado “fazer uma média” com a plateia, apresentando questionamentos de última hora ao projeto de lei que autoriza o governo do Estado a tomar empréstimo de R$ 1,5 bilhão junto a bancos federais, a proposta foi aprovado por 29 votos no plenário da Alesc. Ninguém votou contra. Os próprios parlamentares, prefeitos e o governador têm pressa.
Já na semana que vem, Raimundo Colombo vai a Brasília e retoma as negociações no Banco do Brasil, que responderá por parte do financiamento. A outra parte deve sair das arcas do BNDES, que tem sede no Rio de Janeiro, mas que também é suscetível a articulações políticas a partir da Capital Federal.
Metade dos R$ 1,5 bilhão vai para o chamado Fundam 2, que permitirá o repasse de recursos às 295 prefeituras de Santa Catarina. Um baita alívio no caixa dos executivos municipais, a esmagadora maioria em situação pré-falimentar.
A outra metade, o Centro Administrativo pretende investir em obras de Infraestrutura, principalmente na região da Grande Florianópolis e com destaque para a reforma da Ponte Hercílio Luz.
Sem subsídio
Importante observar que essa nova rodada de empréstimos que Santa Catarina vai contratar com o BB e o BNDES não tem qualquer subsídio da União. Os juros, portanto, são mais altos. Devem ficar em torno de 14% ao ano.
Bolada
Atualizada, a dívida de Santa Catarina com o governo federal está em R$ 18 bilhões. Afirmam os experts que pegar mais R$ 1,5 bilhão, sem juros subsidiados, não comprometerá a capacidade de o Estado quitar as parcelas mensais da conta, quando elas forem retomadas.
Contra o relógio
Todos os interessados no Fundam 2, a começar pelo governador, correm contra o tempo. A ideia é finalizar a parte burocrática em Brasília até o fim de julho, para que as prefeituras comecem a receber os recursos no segundo semestre deste ano, que pode ser o último da era Raimundo Colombo.
Na estrada
Ontem, Raimundo Colombo apresentou os detalhes do Fundam versão 2017 em Rio do Sul. O governador também foi questionado sobre os recursos para a reconstrução depois das cheias de junho.
Departamento médico
Vice-presidente da Alesc, Aldo Schneider, deu um susto em familiares, amigos e correligionários esta semana. Foi internado às pressas em São Paulo. Trata de um problema delicado na coluna cervical, que acarretou na realização de uma cirurgia para evitar consequências irreversíveis. Ainda não há data para o retorno dele à rotina parlamentar.
Farra
PMDB, PSDB, DEM, PSB, PP, PR e PSD. Estes sete partidos estão unidos em torno de um objetivo comum. Aprovar até julho uma minirreforma eleitoral que, entre outras coisas, criará um fundo público para o financiamento das campanha de 2018. Suas excelências, que parecem viver na Noruega, querem reservar módicos R$ 3,5 bilhões do dinheiro dos impostos para eles “investirem” na campanha eleitoral. Enquanto isso, estradas, aeroportos, portos, telefonia, educação, segurança, geração de empregos, tudo está às mil maravilhas no país de Alice.