Dezembro é um mês costumeiramente emotivo em função do clima natalino e de fim de ano, de encerramento de ciclo e descanso para um novo ano. Em 2017, além deste componente sócio-cultural, em Santa Catarina se arma cenário de fortíssimas emoções nas articulações políticas. Pelo menos é o que indicam os movimentos, à luz do dia e de bastidores, de algumas das principais lideranças do Estado.
Senão, vejamos. Esperidião Amin, o líder das primeiras pesquisas eleitorais que podem ser levadas em consideração, comprometeu-se a entregar a presidência estadual do PP a Silvio Dreveck em fevereiro do ano que vem. Desejando, contudo, nova candidatura a governador, Amin tentará emplacar uma pré-convenção para consultar as bases, que seriam convidadas a responder se querem ou não ter candidato a governador. Agora em dezembro.
No PSD, o deputado João Rodrigues voltou ao cenário das articulações no embalo do retorno de Júlio Garcia à política-partidária. Publicamente, declarou que a cúpula partidária será chamada a definir, em dezembro, o nome do pré-candidato ao governo. Se Gelson Merisio, que até então não tinha adversário interno, ou o próprio Rodrigues. Sem esquecer que, no contexto pessedista, João Paulo Kleinübing também almeja espaço majoritário, embora tenha tudo para assinar ficha no DEM.
Nome natural
Por fim, o PSDB anunciou, já no meio do ano, que pretende anunciar o nome de seu concorrente ao governo também em dezembro! Paulo Bauer é o nome natural, mas há correntes internas sonhando com a chegada de Napoleão Bernardes ao páreo; embora o prefeito reeleito de Blumenau seja um nome natural para compor de vice ou ao Senado. Enfim, o cenário catarinense com vistas ao próximo pleito pode iniciar 2018 bem mais claro.
Risco de isolamento
Antevendo a possibilidade de reedição da tríplice aliança (PMDB, PSD e PSDB), Esperidião Amin entabulou conversas com o presidente estadual do PT, deputado Décio Lima. Nem um (Amin) nem outro (PT) desejam o isolamento em 2018. A articulação é do petista.
Aliança alternativa
Esperidião Amin poderia ser o candidato a governador em aliança com o PT, tendo o próprio Décio Lima de vice. As duas vagas ao Senado seriam ofertadas a PCdoB e PDT que, nos últimos anos, foram acomodados na máquina estadual, orbitando o projeto de Raimundo Colombo.
Incógnitas
A dúvida é saber se o ex-governador tem o controle do PP para levar a legenda a este acordo com as chamadas esquerdas. Na mesma linha, outra incógnita é em relação à influência que João Rodrigues e seus apoiadores têm dentro do PSD para definir o caminho da sigla que, por ora, tem projeto com Merisio, apoiado por PSB e PP.
Resgate
O presidente do PT-SC, deputado federal Décio Lima, recebeu o presidente do PCdoB-SC, Douglas Mattos e a vereadora Edna Benedet da Silva, de Içara, para resgatar as tratativas do chamado campo democrático popular, visando às eleições de 2018. Os dois fizeram uma foto para registrar o “entusiasmo”.
Território
O encontro aconteceu no gabinete da deputada estadual Ana Paula Lima, na Assembleia Legislativa, onde o PT realizou o seminário do programa de governo do partido.
Exemplo
Em Blumenau, o prefeito Napoleão Bernardes comemora o resultado financeiro da Oktoberfest 2017: superávit de R$ 4 milhões. Que fique o exemplo para outras festas populares, sobretudo o Carnaval, onde algumas figuras estão muito mal acostumadas a, literalmente, deitar e rolar em cima de milhões de dinheiro público. Sem sequer uma mínima prestação de contas. Essa farra tem que acabar.