Futuro de Gean
Em Florianópolis e em boa parte do mundo político estadual, a semana se iniciou sob a expectativa da decisão do desembargador federal Leandro Paulsen acerca do pedido da defesa de Gean Loureiro para que o prefeito possa retornar ao cargo. Afastado das funções desde terça-feira passada, quando a Polícia Federal desencadeou a Operação Chabu, Gean está com o futuro político nas mãos do magistrado que atua no TRF-4, de Porto Alegre.
Se retornar logo ao comando da prefeitura, o alcaide tem enormes chances de reverter o estrago inicial que a prisão temporária causou em sua imagem.
Caso contrário, seu projeto reeleitoral fica deveras fragilizado.
Três aspectos que pareciam conspirar contra o prefeito ontem. Paulsen tem fama de durão, rígido. Ao se manifestar, conforme determinação do magistrado, a PF se mostrou favorável à manutenção de todas as sanções aplicadas ao prefeito. Ou seja, o delegado responsável pelo caso entende que o prefeito deve ficar afastado por dias 30 da prefeitura. O retorno de Gean, no entendimento policial, poderia abrir a possibilidade de o prefeito atrapalhar as investigações.
Flexibilidade
Por fim, Leandro Paulsen não tem prazo definido para se manifestar sobre o pedido da defesa. Até o fechamento da coluna, o desembargador não havia dado despacho sobre este assunto. E também não se tinha conhecimento acerca da posição do Ministério Público Federal neste ponto específico do caso.
Ruído
Consta que o desembargador Leandro Paulsen ficou incomodado com a atitude da PF que, no mesmo dia (terça-feira passada), liberou seis dos sete presos na Operação Chabu. As detenções foram determinadas pelo magistrado por solicitação da própria Polícia Federal! Estabeleceu-se um ruído na relação Justiça Federal – PF.
Liberdade
O último dos sete detidos na terça-feira da semana passada, José Augusto Alves, que se apresenta como empresário, foi solto no domingo à noite. Ele seria, segundo a PF, o pivô do esquema de vazamentos de informações sigilosas para beneficiar investigados (políticos, servidores públicos e empresários).
Conexão
A Sétima Turma do TRF-4 deve julgar hoje o mérito dos pedidos de liberdade dos oito presos na Operação Alcatraz, anterior à Chabu, e que investiga uso de notas frias para desvios milionários de recursos públicos. Os habeas corpus foram negados. Dependendo da decisão do colegiado de juízes, poderá transparecer que as duas operações (Alcatraz e Chabu) estão entrelaçadas. É aguardar para ver.
Adiou
O Ministério da Justiça confirmou, oficialmente, que Sergio Moro não irá à CCJ da Câmara nesta quarta-feira, 26, conforme estava programado. “Informamos que, devido à viagem oficial aos Estados Unidos, o ministro da Justiça e Segurança Pública não poderá comparecer à Câmara dos Deputados no dia 26 de junho. Nova data será definida com a Câmara”, diz a nota. O presidente da CCJ, Felipe Francischini, afirmou acreditar que não será necessário pautar requerimentos que pedem a convocação de Moro.
“Com diálogo, conseguiremos encontrar outra data para que ele compareça.”