O presidente eleito Lula da Silva encontra-se em Brasília desde domingo à noite. Seguiu acompanhado de seu ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, cotadíssimo para o Ministério da Fazenda.
Tudo leva a crer que algo possa ser anunciado nessa direção nas próximas horas. Seria uma forma de tentar acalmar o mercado, embora o nome possa ter inclusive efeito contrário. O setor produtivo está instável diante das indefinições e das disputas internas na Organização para a composição do futuro governo.
A Bolsa de Valores já perdeu quase 5 pontos percentuais desde 30 de outubro. Sinalizações claras na área fiscal urgem para mandar um recado a quem trabalha e produz; e também serve para desencalhar a PEC da gastança, o módico fura-teto almejado pelos petistas.
Lula da Silva e seus camaradas preveem uma farra de R$ 200 bilhões anuais. Em quatro anos, a fatura vai se aproximar do TRILHÃO. Alguém tinha realmente dúvidas de quais eram as “metas” dos lulofanáticos?
Ladeira abaixo
A PEC da gastança é a receita para a quebradeira e a derrocada final da economia tupiniquim.
A conferir
Tanto na Câmara como no Senado, os parlamentares sinalizam, até aqui, que não há a menor condição de isso ser aprovado a toque de caixa.
Todo poderoso
O eleito pelas urnas aposta nisso. Foi à Capital Federal para tentar destravar esse absurdo.
Na avaliação dos integrantes do Centrão, o PT terá “apenas” R$ 70 bilhões para torrar. E somente para o primeiro ano da nova gestão. O Congresso não está convencido que o assunto possa ultrapassar o próximo exercício como querem os petistas.
Tiro no pé
Deputados e senadores não parecem muito dispostos a bancar esse cheque em branco nunca antes visto na história deste país para aqueles que estão voltando à cena.
Fazem o diabo
Um dos grandes problemas é que Lula da Silva prometeu demais na campanha. Precisa, naturalmente, de recursos para bancar as promessas. Em 2014, a inepta Dilma, numa das tantas escorregadas verbais, revelou que na campanha eles “fazem o diabo.” Só se aperfeiçoaram nesta “arte” de lá pra cá.
Não fecha
Tanto que é o auxílio emergencial, a ser rebatizado de bolsa família, que ficaria fora do teto.
Ambiente pesado
A parada é indigesta para o petista. A conferir até sexta-feira se haverá mudanças significativas no humor de deputados e senadores pela presença do ex-mito em Brasília. Ele já comprou o Congresso uma vez. Repetiria a dose?
Dupla
Lula da Silva pode anunciar outros dois nomes do futuro ministério nas próximas horas – um dos cotados é Alexandre Padilha – que foi ministro do ex-mito e de Dilma. Ele fazia a ponte com o Congresso. Padilha é deputado federal.
Moderado
O ex-deputado José Múcio, ex-presidente do TCU, poderia ser o ministro da Defesa, repetindo os mandatos da era canhota neste país (FHC, Lula e Dilma), sempre emplacando um civil à frente Pasta. Jair Bolsonaro empossou um militar neste estratégico ministério.
Continência
O titular da Defesa tem como subordinados diretos os chefes das três forças armadas brasileiras.
Temperatura e pressão
Trocando em miúdos, Lula da Silva está fazendo seus primeiros movimentos de articulação política junto ao Congresso. Chegaremos ao final de semana tendo alguma sinalização mais clara de como está a habilidade e a capacidade de convencimento do presidente eleito.