Coluna do dia

Futuro político-partidário em jogo

Futuro político-partidário em jogo

As eleições de 2022 serão determinantes para redefinir o quadro partidário já para o pleito municipal de 2024. Não apenas para os contextos nacional e estaduais visando a disputa de 2026.
O resultado presidencial deste ano vai mostrar se o PT caminha para sua desintegração ou se ainda vai resistir mais alguns pleitos.
Se não chegar ao poder central, não restam dúvidas que o partido, com o carma que traz, com o desgaste de mensalão, de petrolão, de Lava Jato e de corrupção generalizada e irrestrita, não terá muita sobrevida.
Situação semelhante ocorre com o PSDB. Esse nem precisa esperar o embate das urnas. Definha à luz do dia antes mesmo da campanha ter começado de fato. Estamos falando dos dois partidos que dominaram o cenário nacional por 20 anos (1994-2014). A única exceção, até 2018, havia sido a vitória de Fernando Collor a bordo do nanico PRN em 1989.

Atos finais

Em 2018, o PSDB já ficou na rabeira, com votação pífia de Geraldo Alckmin. O neossocialista, hoje vice de Lula da Silva, auferiu cerca de 5% dos votos válidos. O PT ainda chegou ao segundo turno em 2018 com Fernando Haddad.

Diapasão

Em outras frentes partidárias e de negócios, o quadro não difere muito. O MDB é uma frente ampla e de interesses múltiplos. Talvez até consiga subsistir enquanto legenda partidária, enquanto CNPJ. Mas sem a menor definição ideológico-programática, sobrevivendo no puro fisiologismo, o que já vem ocorrendo nos últimos anos em boa medida nas hostes do Manda Brasa.

Tem dono

O PSD é um caso emblemático. Quando foi lançado por Gilberto Kassab, pupilo de Jorge Konder Bornhausen, ele afirmou que a sigla não era nem de centro, de direita nem de esquerda. Deixou claro que era o dono do partido e que estava no balcão apto a negociar. A partir daí, conclui-se então que o PSD não passa de uma legenda oportunista no plantão das negociatas políticas irrigadas a bilhões de dinheiro público. Ponto. Sem inserção nacional em 2022, o PSD vai enfrentar um dilema sério em relação ao futuro.

Centrão

Os dois partidos que dão sustentação a Jair Bolsonaro, PL e PP, o eixo do Centrão no Congresso, podem se fortalecer ainda mais se o presidente conquistar a reeleição. Nunca é de bom alvitre subestimar a esperteza e o instinto de sobrevivência dos políticos do centrão. Se der Lula da Silva em outubro restará saber se o ex-presidiário vai lançar mão novamente destas siglas para assegurar a governabilidade ou se vai atuar para mudar o eixo do poder no Congresso Nacional.

Ensaiando

O Novo elegeu apenas Romeu Zema em Minas Gerais há quatro anos. É o único governador da legenda. Ele tem grande chance de reeleição. Em caso de êxito, será nome natural para a eleição presidencial de 2026, o que pode conferir mais musculatura e capilaridade ao partido.

Satélite

O Republicanos, partido escolhido por Moisés da Silva aqui na província, é muito mais uma legenda de apoio do que uma sigla com vida própria e força política natural. Assim como ele, há outras dezenas de partidos, à esquerda, à direita, ao centro, em cima, embaixo, que sugam dinheiro público com o único objetivo de servir interesses pessoais e de grupelhos partidários na realidade do bizarro sistema político tupiniquim.

Eleição D

Por tudo isso, este pleito nacional, além de tudo o que envolve, vai reequacionar as forças políticas e partidárias do Brasil.

Sair da versão mobile