Coluna do dia

Gean denunciado

Dois fatos que ocorreram na última sexta-feira, a super sexta da política no estado, seguem repercutindo.

Provocou um verdadeiro chacoalhão no Centro Administrativo do governo do estado a demissão da ex-procuradora-geral, Célia Iraci da Cunha. Ela esteve no epicentro do episódio da equiparação salarial dos procuradores do Executivo com os vencimentos dos procuradores do Legislativo. Medida que rendeu até um pedido de impeachment de Moisés da Silva, da vice-governadora e do secretário de Administração, Jorge Tasca.

A demissão da ex-PGE foi a forma encontrada pelo governador para se livrar de vez deste pepino.

No lugar de Célia, foi nomeado Alisson de Souza. Ele atua desde 2016 junto à Secretaria de Assuntos Legislativos e é ligado ao chefe da Casa Civil, Douglas Borba, hoje o colaborador que goza de maior proximidade junto a Moisés da Silva.

Vazamento

Na mesma sexta-feira, vazou outro fato importante (sobre uma operação que investiga vazamentos): a denúncia do Ministério Público Federal, que acusa o prefeito da Capital, Gean Loureiro, de organização criminosa. A peça acusatória foi apresentada a mais de um mês, mas só veio a público no finalzinho da semana passada.

Responsabilidade

Cabe agora ao desembargador Leandro Paulsen, do TRF-4, de Porto Alegre, a responsabilidade de se pronunciar sobre os argumentos apresentados pelo MPF envolvendo Gean.

O magistrado inclusive já requisitou informações à defesa do prefeito. Se ele aceitar o que propuseram os procuradores, Gean Loureiro passaria à condição de réu. Caso contrário, o processo é arquivado e o prefeito ficaria ainda mais forte sob a perspectiva eleitoral.

Viés

Caso vire réu, o alcaide florianopolitano enfrentará longo processo (podendo ser inocentado ou condenado), que não acabará antes de outubro, quando ocorrem as eleições municipais.

Aí tudo dependeria do foco, do eixo que a campanha eleitoral vai seguir na Capital do estado.

Obras

Se a questão administrativa prevalecer, Gean se fortalece, pois tem feito obras e ações por toda a cidade, não apenas no Centro e hoje é um candidato absolutamente viável com vistas à reeleição.

Ou a população vai enxergar a campanha sob o viés ético e moral? Se for assim e o candidato Gean estiver na condição de réu, ele pode ter dificuldades.

Contraponto

O prefeito se manifestou com tranquilidade sobre a denúncia. Lembrou que havia sido indicado pela Polícia Federal por cinco supostos crimes. Deste total, o MPF só enxergou possível envolvimento dele em organização criminosa que vazava informações privilegiadas.

Sem corrupção

Gean tem toda a razão quando afirma que não há denúncia sobre corrupção ou de que tenha lesado o erário de qualquer maneira o que, de alguma forma, enfraquece a denúncia sob a ótica eleitoral.

FRASE

“Desde o início da operação, tiveram vários indícios não comprovados. Mesmo assim, a Polícia Federal apresentou o indiciamento. Agora, o MPF, dos cinco crimes apontados, refutou quatro. Não há provas nem evidência. Manteve apenas a questão de organização criminosa pelo possível envolvimento de outras partes.” Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis, sobre a denuncia do MPF.

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