A expressiva vitória da PEC, de autoria do deputado petista Padre Pedro, terça-feira, na Alesc, acabando com a pensão vitalícia de ex-governadores, é apenas mais um reflexo da geleia geral que virou a base aliada do governo no Parlamento.
Até o mês passado, quando deputados ainda tentavam vislumbrar alguma coisa da gestão de Raimundo Colombo, como o Fundam – que se transformou numa grande incógnita – sequer se cogitava aprovar a proposta do petista.
Os argumentos contrários ao fim das pensões eram os mais variados. Jurídicos, políticos e até humanitários no caso de viúvas dos ex-mandatários e ex-governadores com mais de 90 anos.
De meados de novembro em diante, quando perceberam que Raimundo Colombo parecia estar entregando os pontos e já não andava muito afeito a tomar qualquer decisão mais contundente, os parlamentares, a começar pelo próprio líder do governo, deputado Darci de Matos, começarem a atuar muito mais pensando em seus interesses.
Pêndulo
Colombo começou a sofrer derrotas seguidas na Alesc, com derrubadas de vetos que significam mais despesas para o Executivo. O fim da pensão dos ex-governadores foi o auge desse processo. O sentimento generalizado é de fim de feira. A conferir como ficará a Alesc e o próprio governo do Estado já a partir de janeiro.
De saída
O clima de fim de governo também se reflete na composição do Colegiado e na própria atuação dos assessores do governador. Nelson Serpa, homem de confiança de Colombo e chefe da Casa Civil, está de saída. O tucano Vicente Caropreso também anunciou que está batendo asas.
Mudanças
Caropreso alça voo batendo a porta, acusando o Executivo de não cumprir nada do que foi prometido a ele no começo de 2017, quando aceitou o desafio de assumir a falida Secretaria de Estado da Saúde. Nesse embalo, Eduardo Pinho Moreira vai pressionar para mudar boa parte dos titulares das pastas já a partir de fevereiro.
Reavaliando
Pelos corredores da Assembleia, comenta-se que o deputado estadual Ricardo Guidi estaria reavaliando a disposição de candidatar-se a deputado federal. O problema é que ele está no PSD, partido que pode abrigar o conselheiro aposentado Júlio Garcia, que pretende justamente voltar para a Assembleia. E não há espaço para dois candidatos a estadual, da mesma base eleitoral e do mesmo partido, no caso o PSD.
Pra torcida
O que teve de deputado jogando pra torcida na sessão de terça-feira da Alesc foi uma grandeza.
Vitória
Quem está que é só alegria é o Defensor Público-Geral, Ralf Zimmer Junior. O texto aprovado pelos deputados que institui o Plano de Carreira da Defensoria é da lavra da Zimmer e foi muito comemorado pela categoria. Os servidores pressionaram os parlamentares nas últimas duas semanas e não arredaram o pé dos corredores da Assembleia.
MDB
Comitiva catarinense marcou presença na convenção nacional, que mudou nome do PMDB para MDB. Mas nenhum catarinense ou sulista, nem mesmo o presidente estadual Mauro Mariani, teve o direito a se manifestar. Convenção da mordaça.
FRASE
“Os que tem privilégios querem mais privilégios e com isso o Estado se incha e fica pesado para o bolso do cidadão e do contribuinte que é obrigado a pagar essa conta”. Deputado Altair Silva