Genial/Quaest: Descrença no déficit zero aumenta pessimismo no mercado financeiro
• Na opinião de 77% dos executivos de bancos e corretoras, o principal problema é a falta de uma política fiscal que funcione
• Crescimento do PIB ficará abaixo de 3% em 2023, na estimativa de 51%. Em setembro, 15% faziam essa projeção
• Para 80% a equipe econômica é pior que a do governo Bolsonaro, e para 39%, Haddad tem menos força do que há dois meses
• Política econômica está na direção errada para 73%
• 74% consideram reforma tributária proposta melhor do que o sistema atual
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A quinta edição da pesquisa quantitativa “O que pensa o mercado financeiro”, da Genial/Quaest, mostra que aumentou o pessimismo entre executivos de bancos e corretoras do Rio de Janeiro e de São Paulo. De acordo com a sondagem, 55% esperam piora da economia nos próximos 12 meses, alta de 21 pontos percentuais sobre a pesquisa anterior, de setembro. O índice dos que acreditam em melhora recuou de 36% para 21%.
Foram realizadas 100 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os dias 16 e 21 de novembro. As entrevistas foram feitas on-line, através da aplicação de questionários estruturados.
O principal fator dessa avaliação é a descrença na política fiscal. Para 77%, o principal problema que dificulta a melhoria da economia é a falta de uma política fiscal que funcione. Os entrevistados descartam déficit zero (100% duvidam que o governo consiga zerar o déficit no ano que vem) e apostam em meta de 0,5% do PIB para 2024 – o que fará a inflação subir (56%) e o desemprego aumentar (49%).
A deterioração na expectativa para a economia reflete-se nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Em setembro, 24% projetavam crescimento do PIB acima de 3%. Agora, apenas 5% fazem essa estimativa, enquanto a proporção dos que estimam crescimento inferior a 3% saltou de 15% para 51%. Para 80% dos entrevistados, a equipe econômica atual é pior do que a do governo de Jair Bolsonaro. Apesar disso, 73% descartam o risco de recessão este ano.
A capacidade do governo de aprovar sua agenda no Congresso Nacional é considerada regular pela maioria (53%), baixa por 25% e alta por 18%. Entre as medidas propostas, as duas que têm mais chance de aprovação são a taxação dos fundos exclusivos (88% consideram muito provável) e taxação dos fundos offshore (86%). A de menor chance de aprovação é a reforma do Imposto de Renda: 16% consideram muito provável, e 44%, improvável.
A reforma tributária proposta é melhor do que o sistema tributário atual para 74%. Simplificação e transparência são as qualidades da reforma que levam a essa avaliação, para 50% dos entrevistados. A nota atribuída ao conjunto da reforma é de 5,3%. A conclusão da Reforma Tributária ainda este ano é tida como certa por 68%.
Para a próxima reunião do Conselho de Política Monetária, 72% esperam a definição de uma Taxa Selic de 11,75%. Para 41%, o ciclo de corte de juros vai se encerrar abaixo de 10%. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continua com aprovação alta, de 85%. Também é alto o índice de preocupação com a futura indicação de Lula para a sucessão de Campos Neto: 70% declaram-se muito preocupados, e o principal motivo de preocupação é o risco de ingerência por parte do governo, apontado por 51% dos entrevistados.
A pesquisa quis saber a opinião do mercado sobre as eleições na Argentina, e mostra que para 67% o resultado não impactará a balança comercial brasileira, embora 41% avaliem que haverá impacto na economia pela diminuição da relação comercial entre os dois países (41%) e pela dolarização proposta por Javier Milei, que se adotada pode aumentar os custos de importação.
Ainda no cenário internacional, a pesquisa perguntou sobre a taxa de juros dos Estados Unidos. Para 85%, o ciclo de alta das taxas norte-americanas terminou. Sobre o conflito Hamas-Israel, 85% desaprovam a postura do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e 78% avaliam que a economia brasileira não será afetada.
Sobre a Genial Investimentos
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Sobre a Quaest
A Quaest é uma empresa de inteligência de dados que alia rigor científico e tecnologia para gerar insights que levem os clientes a tomar decisões estratégicas informadas. Com seis anos de experiência em campanhas políticas presidenciais, estaduais e municipais, reúne um time de doutores e mestres das mais diversas áreas do conhecimento. O fundador e CEO da Quaest é Felipe Nunes, Ph.D. em ciência política e mestre em estatística pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), professor da UFMG e presidente do Centro de Estudos Legislativos. Ele é o criador do Índice de Popularidade Digital (IPD).