A manifestação pública do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, em evento do PSDB na cidade de Ribeirão Preto, terra de Antônio Palocci, de que haveria mais Lava Jato, um dia antes da prisão do ex-ministro petista, foi mais uma bela derrapada da equipe ministerial de Michel Temer. A declaração, inaceitável, deu munição ao PT e aliados para reforçar as acusações de que a força-tarefa poderia estar contaminada com direcionamento político.
O presidente da República está parecendo um professor dando puxões-de-orelha em alunos malcriados. O caso de Moraes era para exoneração, mas como ele é ligado ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Temer relevou, apesar da reprimenda pública.
Esta semana, passou por Florianópolis o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Outro que entrou na caderneta negra do professor Temer, por declarações desastradas acerca da reforma trabalhista, o titular do assento que já foi de Manoel Dias optou por ignorar olimpicamente a imprensa. Sem melhores explicações. Está muito claro que o governo é claudicante. Não há sintonia. Parece uma torre de babel. Cada um falando à língua que mais lhe interessa.
Tripé
Considerando-se as doze maiores cidades de Santa Catarina, em três delas, Florianópolis (Cesar Jr.), Lages (Elizeu Mattos) e Jaraguá do Sul (Dieter Jansen), os prefeitos optaram por não buscar a reeleição. Sinal do desgaste brutal e dos tempos também.
Odômetro
Deputado Marcos Vieira, presidente do PSDB, confirma neste período eleitoral a fama de incansável. Completou no fim de semana passado, 160 municípios visitados em pouco mais de 30 dias. Esteve em praticamente todos onde os tucanos disputam a eleição majoritária no próximo domingo.
Ferveu
Candidato do PP a prefeitura de Joinville, José Aloísio Vieira, o doutor Xuxo, ajuizou ação de investigação judicial eleitoral contra os candidatos Udo Dohler e Nelson Henrique Coelho. O progressista acusa os postulantes adversários por irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral. Os dois, segundo a denúncia, teriam praticado crimes eleitorais por participação e promoção em eventos da Prefeitura e abuso do poder político e econômico. O candidato do PP pede a cassação do registro dos dois candidatos, cassação do mandato caso sejam eleitos e perda dos direitos políticos por oito anos.
Pressão
Leonel Pavan (PSDB), candidato a prefeito de Balneário Camboriú, recebeu neste fim de semana o apoio político do ex-prefeito e ex-secretário de Estado da Infraestrutura, engenheiro Rubens Spernau. A declaração pública do ex-prefeito se constitui no grande fato político da reta final das eleições na cidade. Rubens é muito bem avaliado e tem grande popularidade no município, que administrou entre 2002 e 2008. Seu apoio é simbólico: ele sucedeu Pavan e teve o candidato que faz oposição ao ex-governador neste pleito, Fabrício Oliveira (PSB), como seu secretário no segundo mandato na prefeitura.
Inimigos
Não convidem a prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, e seu vice, José Natal, para a mesma mesa. O clima é de absoluta animosidade. Natal deixou a prefeitura em março para disputar a cadeira da própria Adeliana, candidata à reeleição. Em dois meses, o vice entrou e saiu do PSB, filiando-se ao PMDB pelas mãos do senador Dário Berger para tentar desalojar a prefeita. Os ataques nos debates já realizados são contundentes. Nem parece que Natal ficou três anos e três meses à frente da Secretaria de Obras, devido ao tom ácido e oposicionista que adota.