Coluna do dia

Guilhotina segue degolando

O professor Luiz Felipe Ferreira não é mais o Controlador-Geral do governo do Estado. Pediu demissão a Moisés da Silva  antes de sua ex-adjunta, Simone Becker, depor na CPI dos Respiradores, inquirição prevista para esta quinta-feira.  O governador ofereceu outra posição na máquina estadual ao ex-controlador, mas Ferreira se manteve irredutível. Vai voltar a dar aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Ferreira foi o homem que coordenou a transição da gestão Colombo/Moreira para a atual. Também esteve no centro das costuras que culminaram na aprovação da Reforma Administrativa. Dali surgiu a Controladoria-Geral do Estado, que foi pilotada por ele até segunda-feira.
Era um acadêmico de carreira da UFSC que mereceu a confiança de Moisés da Silva. Já sua adjunta, Simone,  deixou a CGE na semana passada, quando outros oito integrantes da Controladoria desembarcaram com ela. Desse jeito, não vai sobrar ninguém para apagar a luz!

A lista de Moisés

Ferreira é o quarto titular de primeiro escalão que cai em função do escândalo dos respiradores. Junta-se a Helton Zeferino, Douglas Borba e Amandio João da Silva Júnior. E o quinto integrante desta lista pode ser conhecido ainda esta semana. André Motta Ribeiro, que substituiu Zeferino na Saúde, pode desembarcar a qualquer momento. Ele foi implicado por um relatório da própria CGE, que levantou dados sobre o negócio dos respiradores. A crise parece longe do fim para Moisés da Silva.

Quem quer?

A verdade é que o governo está esfarelando, batendo pino. Pra completar, pelo contexto atual projeta-se que o governador terá dificuldades em encontrar nomes de peso, de embocadura, com experiência e envergadura política, para assumir a Casa Civil e a própria CGE. Se estes nomes não forem encontrados e ou não aceitarem convites, a gestão seguirá sob a batuta de inexperientes.

Sem anestesia

A Sociedade de Anestesiologia do Estado de Santa Catarina (Saesc) encaminhou nesta sexta-feira, 26, um ofício aos deputados estaduais pedindo apoio para solucionar o desabastecimento de medicamentos anestésicos nos hospitais públicos da rede estadual. A Saesc define a situação como “grave”.

Urgência

No texto, a entidade relata que diversos médicos anestesiologistas têm entrado em contato com a Saesc para alertar sobre a falta de medicamentos, como fentanil, sufentanil, atracúrio, rocurônio, propofol, necessários para a realização de cirurgias de tempo sensível (oncológicas e cardiológicas) e para atendimentos de urgência ou emergência médica.

Biruta de aeroporto

Critiquei duramente o prefeito Gean Loureiro na semana passada, depois da inexplicável e unilateral decisão de voltar a fechar setores importantes do comércio e serviços, como shoppings e academias. Reverberamos o sentimento de parcelas muito significativas da sociedade florianopolitana. Indignação que agora restou provado, tinha toda razão de existir. Uma semana depois, o prefeito voltou atrás, liberou novamente. Ok, antes isso do que seguir insistindo no erro.

Desperdiçando patrimônio

Se tivesse ouvido, articulado e avaliado bem, Gean Loureiro não tomaria aquela decisão. Agora, apesar do recuo, pode lhe custar bem caro. E não adianta soltar nota se fazendo de vítima porque não é o caso. Um dos maiores erros dele nessa questão, além de não ouvir os empresários, foi tentar empurrar goela-abaixo dos outros prefeitos da região a decisão que ele já havia tomado. Não chamou seus colegas e vizinhos para conversar. Resultado: eles adotaram medidas bem mais flexíveis e a população da Capital começou a migrar em busca de serviços e produtos, esvaziando as diretrizes de Gean em Florianópolis.

Sair da versão mobile