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Há 125 anos nascia Celso Ramos, governador, senador e fundador da Fiesc

Este domingo (18) marca o 125º aniversário de nascimento de Celso Ramos, líder do movimento de fundação da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em 1950. “Empresário dos setores de indústria, comércio e agropecuária, Celso Ramos foi uma liderança nata, o que naturalmente o colocou em diversos cargos de relevância pública”, comenta o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “Foi um visionário e logo cedo percebeu os desafios do desenvolvimento da indústria e do estado, como se pode constatar nas bandeiras que lançou na FIESC, como a infraestrutura de transporte e de energia, que continuam atuais. Dessa sua visão estratégica surgiram a UDESC, os bancos do Estado e de Desenvolvimento, e órgãos de gestão da eletrificação rural e de previdência pública, entre outros”, acrescenta Aguiar.

Para marcar a passagem, a FIESC anuncia, na sexta-feira (16), a realização, em maio de 2023, de exposição de acervo com documentos históricos. A abertura da exposição está agendada para o dia 19 de maio, data em que se realiza a solenidade da Ordem do Mérito Industrial de SC, principal dia da agenda institucional da Federação.

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Aguiar lembra que, em 1960, ainda na presidência da FIESC, Celso Ramos liderou o I Seminário Socioeconômico de Santa Catarina, realizado em várias regiões do estado. O Seminário serviu de base para o Plano de Metas do Governo (Plameg), documento norteador das ações do poder executivo estadual em seu mandato.

Atividades políticas

Nascido em Lages, no ano de 1897, Celso Ramos integrou uma família de grande tradição política em Santa Catarina e de base econômica na agropecuária na Serra Catarinense. Foi governador de Santa Catarina (1961-1966) e senador por dois mandatos, entre 1967 e 1974. Quando governador, notabilizou-se pelo lançamento do Plano de Metas (Plameg), que estabeleceu as bases para o desenvolvimento do estado e resultou na criação de órgãos como a Universidade para o Desenvolvimento de Santa Catarina (UDESC), a Empresa de Eletrificação Rural de Santa Catarina (ERUSC), o Fundo de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (FUNDESC); o Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (IPESC); o Instituto de Reforma Agrária de Santa Catarina (IRASC); a Secretaria dos Negócios do Oeste e o Banco do Estado de Santa Catarina (BESC). Além disso, em parceria com os outros estados da região Sul, no governo Celso Ramos foram instalados o Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e o Conselho de Desenvolvimento do Extremo Sul (Codesul).

Tradição familiar

Inúmeros familiares de Celso Ramos foram eleitos para cargos públicos importantes em Santa Catarina, uma tradição que começou com o bisavô, Laureano, e o avô, Vidal José (Sênior) na política de Lages. Seu pai, Vidal José de Oliveira Ramos Júnior, foi governador (1910-1914), senador, deputado federal e estadual. O irmão Nereu foi presidente da República (1955-1956), ministro da Justiça, governador (e depois interventor) do estado, senador e deputado federal e estadual. O sobrinho, Aderbal Ramos da Silva, foi governador (1947-1951) e deputado estadual e federal. Outros quatro irmãos, três primos e um filho de Celso Ramos também ocuparam cargos eletivos na política catarinense.

Atividades empresariais

Celso Ramos iniciou sua vida empresarial como pecuarista em Lages. Após sua transferência para a capital, atuou nos setores da indústria, comércio e transporte público. Investiu na indústria madeireira, em concessionária de veículos e no transporte coletivo de ligação entre a Ilha e o Continente na Grande Florianópolis.

Criação da FIESC

O ápice de sua liderança empresarial ocorreu com a instalação da FIESC, em 25 de maio de 1950. Líder do grupo que atuou na implantação da entidade, foi eleito presidente por diversos mandatos consecutivos até 1960, quando licenciou-se para concorrer ao governo do estado. Nesse período, foram instalados também os departamentos regionais do Serviço Social da Indústria (SESI), em 1951, e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em 1954. Celso Ramos voltou a ocupar a presidência da FIESC em 1966, por alguns meses, entre a conclusão do mandato de governador e sua candidatura a senador.

Sua experiência como líder associativo empresarial começou muito antes da fundação da FIESC. Ele também liderou a criação do Sindicato da Indústria de Extração de Madeiras de Santa Catarina, que presidiu por vários anos.

Vida pessoal

Celso Ramos fez seus primeiros estudos no Colégio São José de Lages e concluiu o ensino secundário no Colégio Catarinense, em Florianópolis/SC. Cursou Engenharia de Minas, na Escola de Minas de Ouro Preto/MG, mas interrompeu o curso por motivos de saúde. Graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba-PR. Retornou a Lages, onde exerceu as atividades na pecuária, na fazenda Pinheiro Seco, na região conhecida como Coxilha Rica.

Em 1938, mudou-se para Florianópolis, onde passou a desenvolver as diversas atividades empresariais, políticas e de liderança no desporto, como presidente do Avaí Futebol Clube, entre 1941 e 1946. Encerrou suas atividades na vida pública em 1974, ao término do segundo mandato de senador. Voltou a se dedicar à pecuária, a partir de então na Fazenda Santa Tereza, em Canasvieiras, no norte da Ilha de Santa Catarina.

Celso Ramos casou-se com Edith Müller de Albuquerque Gama Ramos, com quem teve quatro filhas (Maria Helena, Wilma, Thereza, Dóris) e dois filhos (Newton e Celso Ramos Filho). Quando faleceu, em 1º de abril de 1996, aos 98 anos, em Florianópolis, deixou seis filhos, 28 netos, mais de 60 bisnetos e uma trineta.

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