O julgamento no STF não havia sido concluído até o fechamento da coluna. A expectativa era de um placar apertado, tipo 6 a 5 ou até mesmo 7 a 4. Nos bastidores, havia sinalizações de que o ministro Alexandre Moraes, embora tenha afirmado, durante sabatina no Senado antes de tomar posse, que votaria a favor da prisão após os trâmites na segunda instância, já teria migrado para o outro lado.
Até porque, Michel Temer pode ser o Lula da Silva de amanhã. Mesma categoria em que deverá ser enquadrado o senador Aécio Neves, de quem Moraes já foi correligionário. Hoje ministro do STF, Moraes atuou como secretário de Segurança do governo Geraldo Alckmin, em São Paulo, e ministro da Justiça do próprio Temer.
Gilmar Mendes escancarou que mudou o voto, favorecendo a impunidade que será institucionalizada se confirmada a tendência de o STF livrar o petista do prisão. Rosa Weber também está na berlinda. Ela negou 57 Habeas Corpus semelhantes ao de Lula. Mais ela se posicionou contra a prisão após condenação na segunda instância. A suprema impunidade deve voltar a reinar no Brasil.
Ruas
As manifestações de terça-feira ganharam as ruas das principais capitais do país, inclusive reunindo cerca de 10 mil pessoas em Florianópolis. A absoluta maioria a favor de que o STF negue o Habeas Corpus para livrar Lula da Silva da cadeia. Ou seja, a favor da prisão do ex-presidente.
Forças Armadas
É pouco provável que haja intervenção militar no Brasil. O cenário, inclusive mundial, não favorece uma ação extrema das Forças Armadas. O comandante do Exército, General Villas Boas, falando em nome também da Aeronáutica e da Marinha, deu uma bela emparedada no STF. Na terça-feira, ele pulicou dois tuítes repudiando a impunidade e alertando que as Forças Armadas estão atentas às suas missões institucionais. Recadaço, sintonizado com o grito das ruas.
Erro do STF
Essa manifestação do comandante do Exército foi originada num erro do próprio STF, que está contribuindo para este momento de intranquilidade. O Supremo pisou na bola ao adiar por 13 dias este julgamento do HC de Lula da Silva porque o ministro Marco Aurélio tinha um compromisso institucional no Rio de Janeiro. Movimento inexplicável que originou também as novas manifestações de rua, elevando a tensão.
Serenidade para os outros
Agora não adianta a Cármen Lúcia, presidente da corte, vir pedir serenidade se a intranquilidade foi originada num erro grosseiro da própria Suprema Corte. O povo nas ruas, contra e a favor do líder petista, deve ser encarado como manifestações democráticas. O mesmo não pode se dizer em relação às palavras do General Villas Boas. Registre-se que ele é muito respeitado pelas Forças Armadas, mas sua manifestação foi descabida, inapropriada e equivocada.
Erros
Por mais que o STF tenha errado, o Tribunal tem que ter a liberdade para decidir. As palavras do general não deveriam, mas podem ser encaradas como uma ameaça. Agora, depois disso, se o STF negar o HC, poderá se afirmar que prenderam Lula da Silva por pressão das Forças Armadas. E se soltarem o ex-presidente, a decisão pode ser encarada como um desafio aos militares. Ficou tudo meio atravessado.
Renúncia
Raimundo Colombo entrega a carta de renúncia do cargo ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Aldo Schneider, nesta quinta, às 13h30min. Em seguida, às 14h, Colombo concede entrevista coletiva na sala de imprensa da Alesc.
No próximo sábado, 7, em Lages, será realizado um grande ato para celebrar os mais de sete anos de mandato de Raimundo Colombo, na Pousada Rural do SESC, a partir das 10h. Os organizadores esperam a participação de deputados, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças do PSD e amigos de Colombo de todas as regiões de Santa Catarina. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, participará.