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Hemorragia abrangente na política de SC

O desdobramento da Operação Alcatraz, com duas dezenas de mandados de prisão e outros tantos de busca e apreensão, é muito mais abrangente do que a primeira etapa, deflagrada lá em maio de 2019.

As investigações no âmbito da Alcatraz abrangem os governos Luiz Henrique da Silveira/Leonel Pavan/Eduardo Moreira; e Raimundo Colombo/Eduardo Moreira.

Nada tem a ver com a atual gestão. Pelo contrário. O secretário de Administração, Jorge Tasca, quando assumiu já deu início ao desmonte dos esquemas, gerando vários milhões de economia ao governo. Neste particular, ponto para Moisés.

Porém, não se pode esquecer que o atual chefe da Casa Civil do governador, nomeado em dezembro do ano passado, é umbilicalmente ligado a Júlio Garcia, que o indicou para o cargo.

Eron Giordani foi chefe de gabinete da presidência da Alesc durante praticamente os dois anos de gestão de Garcia. Moisés já sinalizou que deve mantê-lo no cargo. O governador está satisfeito com o trabalho de Giordani, notadamente no que tange à articulação política.

E o futuro da gestão? O deputado  Luiz Fernando Vampiro (MDB), por exemplo, convidado para a Educação. Vai aceitar a partir destes novos episódios policialescos? Os partidos e outros nomes convidados, terão interesse em embarcar na nau de Moisés? Na foto de posse Altair Silva, do PP, como secretário de Agricultura, segunda-feira, um registro sui generis. No mesmo palanque, Júlio Garcia (PSD), Celso Maldaner, presidente estadual do MDB, e o senador Esperiidão Amin, que comanda o PP em Santa Catarina. Além, é claro, de outras figuras. MDB e PP são arquirrivais no estado. Ou seja, o quadro está absolutamente nebuloso, incerto e sem rumo.

Abrangência 

Além dos dois pivôs da investigação, Júlio Garcia e Eduardo Moreira, outras figurinhas carimbadas estão no escopo da segunda fase da Alcatraz. Milton Martini, ex-secretário de Administração do estado, operador totalmente ligado a Eduardo Moreira. É um contexto que sempre gera aquela dúvida: se o cerco apertar para os lados de Martini, ele poderia negociar uma delação premiada, abrindo o bico? Antes de se vincular a Moreira, Milton Martini era fiel escudeiro de Paulo Afonso Vieira.

Valter Gallina, que é secretário de Gean Loureiro, e foi presidente da Casan, outra figura historicamente ligada ao MDB, também foi alcançado e prestou depoimento. Nos bastidores, Gallina é conhecido por sua capacidade de, digamos, ajudar quem o nomeia para funções estratégicas. Ex-deputado e ex-secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, também foi alvo dos agentes que foram a campo na terça-feira de manhã.

Pivôs

O nome de Eduardo Moreira também veio à baila na Operação Hemorragia, a segunda fase da Alcatraz. Nos bastidores consta, há  muito tempo, que a pasta da Administração estadual era “reserva de mercado” dos dois.

foto>Secom, arquivo

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