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Henrique Loyola recebe homenagem pelos 30 anos dos Núcleos Empresariais no Brasil

Visionário, empresário alavancou a parceria das ACIs com entidades alemãs e inovou na capacitação de empresários

O empresário José Henrique Carneiro de Loyola recebe no dia 22 de novembro, às 18h30, homenagem especial da Associação Empresarial de Joinville (Acij) pela passagem dos 30 anos de estabelecimento dos núcleos empresariais no Brasil. A homenagem será no dia 22 de novembro, às 18h30, durante a reunião presencial do Conselho da Acij, na sede da entidade, na Av. Aluísio Píres Condeixa, 2550, em Joinville.
Loyola foi o grande incentivador do projeto desde o primeiro momento e responsável pela implantação do convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, na Alemanha, em sua gestão à frente da Acij, em 1991/92. No início, o projeto tinha por objetivo fortalecer as pequenas empresas e preparar as associações também para a prestação de serviços, com uma gestão mais profissional. A iniciativa está na origem dos Núcleos Setoriais da Acij e de
lá para cá milhares de empresários de pequenas empresas receberam capacitação e puderam aprimorar seus negócios. Além disso, foi o ponto de partida para a renovação do modelo das associações, alavancando a representatividade delas nos anos que se seguiram.
Atualmente, a Acij conta com 26 Núcleos e quatro Programas Gestão Compartilhada, contribuindo para o fortalecimento empresarial, para a competitividade e para o desenvolvimento das empresas e da sociedade.

Conheça a história
Esta história começou em 1989, quando uma delegação de empresários da Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK) procurou a ACI de Brusque com a proposta de ampliar os laços e trabalhar com as pequenas empresas da região. De Brusque, o grupo foi remetido a Joinville e Blumenau, que tinham associações maiores e com mais estrutura para receber a delegação e avaliar a proposta dos alemães.
A proposta, entretanto, não seguiu adiante. No ano seguinte, 1990, o empresário Henrique Loyola já estava definido como futuro presidente da Acij, em substituição a Raul Schmidt, e aproveitou uma viagem à Alemanha para participar da Heimtextil (feira têxtil alemã) para conhecer um pouco mais das instituições que haviam proposto o acordo de cooperação com as associações catarinenses.
Eram elas:
– Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK), que tinha na época 52 mil associados e uma rede de suporte às empresas de pequeno porte;
– Sociedade de Cooperação Técnica (GTZ), de Eschborn, uma instituição governamental focada na cooperação internacional do governo alemão e com projetos em 130 países;
– Fundação para o Desenvolvimento e Qualificação – Sequa, organização da Confederação das Câmaras de Artes e Ofícios (ZDH).
– E o próprio Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ), em Bonn, que apoiava os países em desenvolvimento, com um orçamento anual de US$ 5 bilhões.
Para Loyola ficou claro que o objetivo dos convênios com as ACIs era fortalecer o associativismo e, com isso, promover o desenvolvimento das empresas, fornecendo a elas know-how (ou seja capacitando suas pessoas) para serem multiplicadoras das metodologias transferidas. Ao mesmo tempo, a parceria estimulava o empresário a participar das associações, aumentando a sua representatividade – o grande calcanhar de Aquiles das ACIs na época, que eram formadas por grandes empresas tradicionais, mas vistas com desconfiança pelo pequeno empreendedor, que não se sentia parte daquele grupo.
Até este período, a atuação destas associações era mais focada na defesa de suas prioridades (seja em infraestrutura, como abertura ou duplicação de estradas, ou econômica, como na constante luta por redução de impostos, por exemplo) e menos na prestação de serviços aos seus associados. Embora esta atuação também trouxesse benefícios aos empreendimentos que estavam fora das ACIs, ela não era vista como determinante para que um empreendedor se associasse – com isso, a representatividade era restrita.
Além disso, cada vez ficava mais claro a força que as empresas de pequeno porte tinham – e ainda viriam a ter – na economia. O crescente aumento da automação, a necessidade de reduzir custos e terceirizar serviços já eram uma realidade, os empregos tradicionais se tornavam cada vez mais escassos e a globalização já começava a dar mostras do que seria anos depois. Era necessário olhar para a frente. Nesta época, início dos anos 90, as pequenas empresas já respondiam por mais de 60% do PIB na Alemanha, dando equilíbrio e estabilidade à economia local.
Assim, o convênio foi firmado e, em 1991, chegava na Acij o consultor alemão Rainer Müller-Glode, da HWK, para começar a desenhar o projeto na prática. E o convênio começou a sair do papel.

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