O ilustre catarinense Henrique Weber escreve ao blog para lembrar a passagem da posse de Nereu Ramos (foto), único representante de Santa Catarina a sentar na cadeira mais estofada do país, em 1955. Valendo-se do bom e velho latim, Weber ilustra os tempos sombrios em que vivemos.
“Há 60 anos, no dia 11 de novembro de 1955, tomou posse o presidente da República interino Nereu Ramos, sob a vigência de estado de sítio para dar continuidade ao quadriênio presidencial.”
Lendo recente registro, que faz homenagem ao nosso conterrâneo, não consigo deixar de pensar que 60 anos depois – seis longas e tormentosas décadas transcorridas – está ainda nosso Brasil em estado de sítio: sitiado pela ignorância, pela incompetência, pela incapacidade, pela desonestidade, pela mentira e assim vai…
Como diria o ilustre Senador romano Marco Túlio Cícero: “Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?” ou, quem sabe, em versão atualizada: “Quo usque tandem abutere, Dilma, patientia nostra?”
Quase profético o discurso que termina com: “Patere tua consilia non sentis? Constrictam omnium horum scientia teneri coniurationem tuam non vides? Quid proxima, quid superiore nocte egeris, ubi fueris, quos convocaveris, quid consilii ceperis, quem nostrum ignorare arbitraris? O tempora, o mores!” (Não te dás conta que os teus planos foram descobertos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste? Oh tempos, oh costumes!)
Só me resta desejar força aos Amigos diante da insalubre tarefa cotidiana – que desempenham com maestria única – de observar e redigir a crônica da política hodierna.”
Foto: arquivo, divulgação
