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História: a influência do MDB no Senado

Não é de hoje que o MDB é o maior partido do estado. Lá no seu nascedouro não era. Em 1964, quando os militares assumiram o poder, a Arena, partido governista, se viu obrigada a ofertar alguns quadros à turma do Manda Brasa para viabilizar a nova legenda, de oposição. 

Aos poucos, mas de forma consistente, o novo partido foi crescendo. E começou a ganhar corpo, de fato, a partir das eleições de 1974. Justamente no ano que em o então general do exército, Ernesto Geisel, já havia sido escolhido pelo Congresso para assumir a Presidência da República. Foi ele quem começou o processo de distensão política, amenizando o peso do governo sobre aqueles grupos considerados subversivos. 

O próprio Geisel classificou sua missão de abertura como lenta, gradual e segura. 

Seu sucessor, João Figueiredo, foi incumbido de colocar um ponto final no regime militar. Sob Figueiredo, veio a lei da anistia, o fim do bipartidarismo (que possibilitou a fundação de partidos como  PT, PTB, PDT, PMDB e PDS);  o restabelecimento das eleições diretas para governador de estado e o fim do mecanismo de indicação indireta de 1/3 dos senadores.

 

Revistando a história

Mas voltemos a 1974 e ao tema Senado. De lá para cá, se foram 46 anos. Como foram as eleições dos senadores catarinenses neste período? Vamos destrinchar, caro leitor. No total, o estado enviou a Brasília 18 senadores. Dezessete deles foram eleitos e um indicado ainda no regime dos militares, naquele pacote de Ernesto Geisel, em abril de 1977.

 

Senador biônico

Lenoir Vargas Ferreira foi o indicado em Santa Catarina. Ele já vinha cumprindo mandato de senador, estava completando seus oito anos e acabou recebendo mais oito anos de mandato do então presidente. Justamente porque em 1974, o MDB emplacou 16 senadores. Percebendo que o cenário se encaminhava para que o governo perdesse a maioria na Câmara Alta, Geisel renovou o período de Lenoir para evitar esse risco, bem como em todos os Estados.

 

Manobra presidencial

Neste mesmo pacotaço de abril, o general Geisel aumentou a proporcionalidade de deputados por estado, abrindo mais vagas para o Norte e o Nordeste. Lançou mão deste expediente para não perder o controle sobre o Congresso de maneira geral.

 

11 em 17

Pois muito bem. Destes 17 senadores eleitos por Santa Catarina desde 1974, o MDB influenciou ou elegeu 11 (aí não se conta as derrotas muito contestadas de Pedro Ivo Campos e Jayson Barreto. Há quem jure até hoje que os dois venceram o pleito, forçando a manipulação do resultado final por parte dos detentores do poder). É uma eleição que ficou com esta mancha até hoje, carregando a suspeita sobre a lisura do processo.

Então considerando-se os resultados proclamados pela Justiça Eleitoral, o Manda Brasa teve influência direta em 11 dos 17 eleitos por Santa Catarina.

 

Lazinho e Jaison

Lá em 1974, o partido elegeu o blumenauense Evilásio Vieira, o Lazinho, que já tinha sido prefeito da cidade. Em 1978, além do senador biônico, foi a vez de Jaison Tupy Barreto.

 

Wedekin e Carneiro

Oito anos adiante e chegamos a 1986. Ali, o MDB fez dois senadores: Nelson Wedekin e Dirceu Carneiro, que eram deputados federais. O Plano Cruzado fortaleceu o MDB, que só não elegeu governador em Sergipe.

Curiosamente, os dois deixaram as hostes emedebistas. Mais tarde, Wedekin ingressou no PDT e Carneiro migrou para o recém-formado PSDB. Os dois também disputaram o governo do estado em 1990. Na próxima edição da coluna, daremos continuidade a este material sobre a influência do MDB nas eleições dos senadores catarinenses.

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