Coluna do dia

Ideli volta à ribalta

Ideli volta à ribalta

Em um trecho de sua temida e extensa delação premiada, o notório Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobrás, cita a ex-senadora Ideli Salvatti (PT), hoje lotada na OEA (assessora de Acesso a Direitos e Equidade da Organização dos Estados Americanos), como intermediária de uma renegociação de dívida de R$ 90 milhões da empresa Dalçóquio, que nasceu em Itajaí e transformou-se na maior transportadora da BR Distribuidora.

A reunião que teria envolvido ele e a petista deu-se, segundo o delator, em Brasília. A certa altura, o ex-executivo, preso no âmbito da Lava Jato, assegura que não recebeu vantagem indevida no negócio. Afirma, contudo, acreditar que Ideli tenha recebido propina para estender o prazo de pagamento da dívida. Em 2015, a Dalçóquio, que nasceu em 1968, em Itajaí, e já no começo das atividades atrelou-se à Petrobrás, auferindo crescimento vertiginoso, foi vendida a um empresário paulista.

Ideli, através de sua assessoria, negou categoricamente ter participado de qualquer reunião neste sentido. Assegurou, ainda, que não lembra de ter tido qualquer contato com Nestor Cerveró. De qualquer forma, é mais um escândalo que emerge e envolve o nome de Ideli Salvatti.

Trio

Para quem não lembra, a ex-senadora petista foi considerada suspeita nas irregularidades de compra de 28 lanchas-patrulha ao custo de R$ 31 milhões pelo Ministério da Pesca (pasta que ela ocupou). Segundo o TCU, a fiscalização não era função do ministério. Outro escândalo foi a suspeita de favorecimento da ONG (Casep) de seu braço direito, Claudionor Marcelino. Ela também ganhou notoriedade negativa por ter usado um helicóptero do Samu para fazer política quando a aeronave deveria estar à disposição da sociedade para eventuais emergências.

Empresa amiga

Em sua delação, Nestor Cerveró afirma a Transportadora Dalçoquio era conhecida por ser parceira em campanhas de políticos dos mais variados partidos. Sua delação total, aliás, envolve também o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Contraponto de Salvaro

Ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), em contato com a coluna, deu sua versão sobre os fatos ocorridos na semana passada, quando, na última sexta-feira, noticiou-se que ele voltaria, mediante liminar do STF, ao poder municipal na segunda-feira. De acordo com o tucano, foi um de seus advogados que ,inadvertidamente, divulgou a notícia falsa, causando alvoroço  na cidade e na mídia local.

Tranquilidade e candidatura

Salvaro assegura que não está desesperado. Muito pelo contrário. Dizendo-se tranquilo, ele vive a expectativa de que o relator do processo no STF, ministro Luiz Fux, manifeste-se em breve. Ou pela sua volta à prefeitura ou para que se estabeleça que ele é ficha limpa, o que liberaria para concorrer novamente a prefeito agora em 2016.

Duas opções

Caso ele não possa disputar, seja qual for o motivo, dois são os nomes do PSDB de Criciúma: a deputada federal Geovânia de Sá e o vereador Ricardo Fabris, que entregou a presidência da Câmara de Vereadores na semana passada.

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