Estranho, para dizer o mínimo, o adiamento do julgamento de Moisés da Silva pelo Tribunal Especial do
segundo impeachment, que trata da compra fraudulenta de 200 respiradores e o rombo de R$ 33 milhões
nos cofres estaduais.
Ainda não ficaram bem claras as intenções do deputado Valdir Cobalchini, que pediu o adiamento, no que
foi atendido prontamente pelo presidente do colegiado, desembargador Ricardo Roesler.
O tribunal se reuniria na segunda-feira, 14. Ainda não se tem notícia de uma nova data para o julgamento.
Em 2020 certamente que não haverá mais qualquer decisão. Vão todos para as férias, curtir a família e os
amigos com tudo do bom e do melhor que o dinheiro público pode bancar. E o interesse público? Às
favas.
Deputado Kennedy Nunes, talvez o mais ferrenho opositor ao atual governo, usou os microfones da
Assembleia para questionar e ironizar o estranho adiamento. Afirmou que se a intenção é “enterrar” o
escândalo, ele não vai permitir. A conferir os próximos capítulos. Em 2021.
Refém
O fato é que Moisés da Silva virou um refém da Assembleia Legislativa. Com o compadrio do Judiciário.
Todos de olho nas fatias Orçamentárias e também em cargos e espaços de governo.
Ao perceberem que o governador poderia ser novamente afastado temporariamente, houve uma
convergência de esforços para evitar essa solução. Assim, Moisés “ganha” uma nova chance e tempo de
mostrar que vai abrir, de fato, as portas do estado aos deputados. Que não confiam nele, obviamente. Se
pisar fora dos limites estabelecidos pela Alesc, o governador será levado ao cadafalso. Essa é a situação
de momento.
foto>Maurício Vieira, Secom, arquivo