Às vésperas da Câmara votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a probabilidade da Casa aprovar o processo aumenta a cada dia, segundo o deputado federal Mauro Mariani (PMDB), cuja bancada orientou, nessa quinta-feira, o voto pró-afastamento. “O governo está oferecendo de tudo para barrar o processo, mas o impeachment é inevitável e domingo será sacramentado”, sentenciou Mariani, lembrando que a base parlamentar da presidente está desmoronando. As discussões do impeachment são iniciadas nessa sexta-feira pelo Plenário, que vota o processo no domingo, dia 17. A Bancada Catarinense será a terceira a votar.
Mariani ainda classificou como um ato de desespero as ações impetradas pelo Governo Federal para barrar o processo. “Como sabe que perdeu a batalha no plenário tenta barrar o afastamento na justiça. É o chamado ‘ jus sperniandi’. O governo está desesperado”, destacou o deputado.
Passado na Câmara dos Deputados, o processo segue para o Senado, que deve dar prosseguimento, avalia Mariani. “Já temos os votos no Senado também. Precisamos dar um novo rumo ao Brasil. São mais de dez milhões de desempregados. O momento é difícil, mas não podemos fugir de nossa responsabilidade. O impeachment é o caminho”.
Esperança
Mariani comparou o atual momento do Brasil com o vivido em 1992, ano marcado pelo impeachment do então presidente Fernando Collor. Lembrou que o vice Itamar Franco assumiu, com uma grande coalizão partidária, instalou o Plano Real, e garantiu um longo período de estabilidade e desenvolvimento econômico. “Quem sabe o País não faz novamente essa travessia com um grande pacto nacional “, observou ele.
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Legenda: Deputados Mauro Mariani e Osmar Terra, ambos do PMDB, na Comissão do Impeachment.