No agora mais rumoroso caso da citação ministerial em relação a dois parlamentares catarinenses que pediram em favor dos madeireiros de SC que atuam no Pará, uma coisa é clara: Ricardo Salles, o ministro do Meio Ambiente, foi no mínimo imprudente, ao citar o senador Jorginho Mello e a deputada Caroline De Toni.
Os argumentos dos dois, aliás, são bastante plausíveis. Ao que tudo indica, Mello e De Toni apenas desempenharam o papel que lhes cabe: atender um pleito de segmentos da sociedade catarinense.
Agora, se a madeira é legal, como afirma Salles e os madeireiros, ou é ilegal, como declarou o delegado federal que foi afastado do caso, isso não é diretamente da alçada dos parlamentares. Cabe ao próprio Ministério do Meio Ambiente atestar a legalidade ou não da madeira.
Com o caso neste impasse, ao relacionar os dois catarinenses e outros três senadores, Salles foi de uma inabilidade impressionante, pois acabou colocando Jorginho Mello e Caroline De Toni em suspeição sobre um assunto com o qual os dois não têm qualquer relação direta.
Por essas e por outras que Salles torna a sua permanência insustentável frente à Pasta do Meio Ambiente.
Na segunda-feira, o ministro deu a declaração durante uma entrevista ao jornalista Rodrigo Bocardi, na rádio CBN.