A restrição na atividade industrial também reflete o desaquecimento da demanda externa, registrada por importantes parceiros comerciais de Santa Catarina, como a China e os EUA. O país asiático, por exemplo, tem registrado recuos consecutivos na atividade industrial, o que afeta as exportações catarinenses.
“Um dos setores mais prejudicados por esse cenário é o de máquinas e equipamentos, com queda de 4,7% no mês. Além da menor demanda interna por maquinário industrial, houve recuo nas exportações de compressores de ar, principalmente para os Estados Unidos. Já a queda do setor automotivo reflete, em grande parte, ao término do programa carro popular, política de incentivo governamental ao segmento”, destaca o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
Mesmo com esse cenário mais restritivo, em julho, a indústria catarinense teve destaques positivos, como a indústria metalúrgica, que apresentou aumento de 11,6% em comparação a junho. O crescimento é o segundo consecutivo, com recuperação parcial das perdas observadas em maio. O setor retomou a venda de insumos para o restante do país, além de ampliar as exportações de sucata de ferro para a Índia.
O segundo destaque é o setor de equipamentos elétricos, que alcançou 7,3%, incentivado tanto pela produção de eletrodomésticos, como pela exportação de painéis de comando elétrico e de transformadores elétricos para países da América Latina. A indústria alimentícia catarinense também apresentou saldo positivo, de 3,4%, estimulada pelo abate de aves, que, em junho deste ano, assumiu a segunda colocação nacional, ultrapassando o Rio Grande do Sul.
“A posição no ranking contribuiu para que o estado ampliasse as exportações de carne de aves processadas, sobretudo, para os Países Baixos. As safras de grãos, em especial a de milho, também estimularam a produção de alimentos para animais, com destino, principalmente, para a Argentina”, ressalta Vicente Heinen, economista do Observatório FIESC.