As indústrias catarinenses pretendem investir este ano R$ 7,3 bilhões, mostra pesquisa lançada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) nesta quinta-feira, dia 22. O valor é bastante próximo dos R$ 7,6 bilhões que as participantes do levantamento investiram em 2016. Os recursos serão aplicados especialmente na aquisição de máquinas e equipamentos, na ampliação da capacidade produtiva, na atualização tecnológica, na ampliação das instalações e em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Os dados integram a publicação Investimento e Competitividade, realizado pela FIESC com o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, avalia como positivo o valor dos investimentos considerando a atual conjuntura econômica e, principalmente, política. “É importante destacar que 87% das empresas pesquisadas estão com a capacidade de produção adequada à atual demanda. Isso mostra que o industrial catarinense olha para frente”, diz. O levantamento mostra que as principais estratégias adotadas pelas empresas para elevar a competitividade foram o enxugamento de custos (82%), a qualificação de pessoal (61%), o lançamento de novos produtos (60%) e novas tecnologias (58%), além da busca de novos mercados (51%). “A pesquisa confirma que a indústria enfrenta desafios, mas não se abate. Tem estratégias muito claras e se prepara para a retomada da economia”, acrescenta Côrte.
Dentre os projetos relatados pelas empresas respondentes, há maior concentração no Norte catarinense e no Vale do Itajaí. No Brasil, os Estados de destaque são São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. No mercado externo, os investimentos serão direcionados especialmente a países da América Latina.
Apesar de 75% das empresas conhecerem os incentivos governamentais, 46% não os utiliza. A maior parte das empresas (80%) usará recursos próprios para investir, 40% usarão bancos comerciais ou cooperativas de crédito e 35% bancos de fomento.
Entre os fatores que podem colocar os investimentos em risco estão a incerteza econômica, citada por 88% das empresas respondentes da pesquisa, a burocracia, o aumento inesperado do custo previsto ou ainda a ociosidade elevada.
Em 2016, as empresas respondentes investiram R$ 7,6 bilhões principalmente na continuação de projetos que já estavam em andamento (56%). Devido à incerteza econômica, 42% das empresas que investiram afirmaram que os projetos não foram realizados integralmente. Entraves burocráticos, dificuldades com financiamento e aumento inesperado dos custos também foram citados.
Produtividade e competitividade – O levantamento ouviu as empresas a respeito da percepção da produtividade e 67% afirmam que sua produtividade cresceu. Para os empresários, a elevada carga tributária e os encargos excessivos ainda são os principais fatores que afetam a competitividade do setor. No enfrentamento da concorrência, as empresas optaram por enxugar custos e qualificar a força de trabalho. Por sinal, a qualificação dos trabalhadores é vista pelos empresários como uma das principais vantagens de Santa Catarina em relação ao restante do País. “O fato de a indústria estar ciente da necessidade de investir na qualificação dos seus trabalhadores nos anima e consolida a importância do Movimento Santa Catarina pela Educação”, afirma Côrte.
Inovação – Quando o assunto é inovação os altos custos para aquisição de novos bens e para investimentos em pesquisa e desenvolvimento são os principais entraves citados. Ainda assim, 54% das empresas investem em inovação, especialmente na aquisição de máquinas e equipamentos (60%) e em pesquisa e desenvolvimento (58%). Produtos e processos são as áreas que mais recebem investimento em inovação.
Fotos>Filipe Scotti, divulgação