Acerta em cheio o governador Jorginho Mello ao ter ido para Brasília, quinta e sexta-feiras, com o espírito de chefe de poder Executivo estadual. Com serenidade, assertividade e propondo um debate de alto nível entre o Estado e a União.
A campanha acabou. É página virada. O governador precisa resolver as questões prementes de Santa Catarina e as demandas não são poucas.
Lula da Silva, a seu turno, ainda não desceu do palanque. Mantém o tom belicoso, jocoso, irônico e não raras vezes inverossímil, adjetivos típicos das disputas eleitorais.
Aliás, faz quase 50 anos que o petista permanece no palanque. Inclusive em velórios!
Pois muito bem. Na Capital federal, o trio de governadores sulistas (Jorginho, Eduardo Leite (RS) e Ratinho Júnior (PR)) afinou o discurso: conclusão de obras de infraestrutura – em SC especialmente em rodovias federais, porto e aeroportos -, reforma tributária e a revisão das duas leis do ano passado que impuseram limites à cobrança do ICMS, o principal imposto estadual.
As leis complementares 192 e 194 ajudaram a baixar os preços dos combustíveis, mas estão sub judice no STF.
Jorginho argumenta, com razão, que a própria Suprema Corte já tem decisões que conferem legalidade às duas leis editadas por Jair Bolsonaro.
FRASE
“Todos os governadores então sintonizados em reequilibrar as contas dos Estados, uma preocupação que pode ser resolvida por via política ou via judicial, até porque o Supremo Tribunal Federal (STF) já tem julgamentos colocados sobre a legalidade dessas duas”
Jorginho Mello, governador de Santa Catarina
Afago
Lula da Silva, matreiro, apesar do festival de bobagens e insanidades que anda disparando diariamente, piscou para os governadores sobre a questão do ICMS.
FRASE
“A questão do ICMS está na cabeça de vocês desde que foi aprovado no Congresso Nacional e nós vamos ter que discutir. Nós podemos acertar, podemos dizer que não pode ou que pode, mas a gente não vai deixar de discutir nenhum assunto com vocês”.
Lula, presidente da República
Respaldo
Sobre a eterna dívida federal com a infraestrutura catarinense, algo vergonhoso, o governador recebeu o apoio de entidades empresariais e de lideranças políticas.
Atraso histórico
Os gargalos nas rodovias federais de SC são um escândalo. A situação dos portos e aeroportos não é muito diferente. Na campanha, Décio Lima, segundo colocado na corrida ao governo, prometeu que, se Lula da Silva fosse eleito, o estado teria atenção especial de Brasília. A conferir!
Preliminar
Antes da reunião com Lula da Silva na sexta-feira, os três sulistas tiveram uma rodada preliminar com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Carta
Os 27 mandatários estaduais subscreveram uma carta, entregue ao presidente, pontuando as demandas comuns, com destaque para os dois pilares: ICMS e infraestrutura.
Ódio
Como tem sido praxe, Lula da Silva não deixou de falar pelo menos uma asneira na reunião com os governadores.
Disse que a disseminação do ódio (!) vai acabar e declarou que os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro aconteceram “quando todo mundo estava muito tranquilo neste país.” Ah, tá.
foto>Secom, divulgação