Estudo realizado pela Federação das Indústrias (Fiesc) e pela UFSC sobre os custos logísticos da indústria catarinense, mostra que houve uma elevação de 75% no gasto com transporte entre 2017 e 2022, ocasionado, principalmente, pela precariedade das rodovias estaduais e federais em Santa Catarina.
Apesar da elevação, o custo logístico global da indústria por real faturado é de R$ 0,11, valor menor que em 2017, quando era R$ 0,14. Essa redução é explicada pelo aumento da eficiência das empresas no gerenciamento de estoques.
Presente na reunião, o deputado estadual Antídio Lunelli (MDB), ressaltou que, como presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano na Alesc, está buscando, em parceria com a Fetrancesc (Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado) sensibilizar as autoridades estaduais e federais em busca de um aporte maior de recursos para a malha viária, com fundo mínimo para manutenção e melhoria em relação à segurança nas rodovias. “A situação é muito preocupante em todas as regiões, estamos à beira de um colapso e, como o estudo apontou, isso irá prejudicar a nossa competitividade industrial”, apontou.
Outro dado relevante apresentado pela Fiesc é que os motoristas que trafegam pelas estradas federais de Santa Catarina têm, no mínimo, 60% de chances de se atrasar, devido aos congestionamentos constantes. “Nas estaduais, o problema é similar. As nossas zonas metropolitanas estão totalmente comprometidas. O nível de ineficiências das rodovias catarinenses é altíssimo”, afirmou o executivo da Fiesc, Egídio Antônio Martorano.
Para o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, a indústria vem fazendo o dever de casa e investindo na melhoria interna da gestão de estoques. “Contudo, a parcela que mais pesa na composição total dos custos logísticos é o transporte, que representa 63,6% do total”, pontua Aguiar.
A pesquisa indica, ainda, que a redução de 1 centavo no custo logístico catarinense representaria uma economia de cerca de R$ 4 bilhões por ano, considerando o PIB do estado, estimado em R$ 400 bilhões (dados de 2021).
foto>Fiesc, divulgação