Muito se fala da aceleração na digitalização de empresas ocorrida nos últimos meses. De fato, em 2020 a aposta na tecnologia se consolidou como alternativa inescapável para organizações de todos os segmentos. Mas é realidade também que setores inteiros da chamada economia tradicional já vinham há tempos apostando na inovação – e colhendo bons resultados com isso. As construtoras são um exemplo.
A construção civil vem utilizando a tecnologia e a inovação como aliadas não só no canteiro de obras, mas também na concepção de empreendimentos alinhados às tendências de comportamento do consumidor.
A inovação traz melhorias nos processos de todos os setores da empresa. Nas obras, painéis de controle apresentam dados sobre suprimentos, cumprimento de tarefas, disponibilidade de pessoal e detalhes sobre os serviços executados. Também é possível ter controle do planejamento de médio prazo, o que facilita, por exemplo, a definição da necessidade de mão de obra para diferentes etapas da construção do empreendimento. As ferramentas melhoram o controle do orçamento e do cronograma de trabalhos.
Mas a inovação não deve ficar restrita a equipamentos e ganhos de eficiência. Ela precisa impactar diretamente e de forma positiva a vida das pessoas. Hoje, ajuda a criar projetos que têm como preocupação central tanto o morador do empreendimento quanto a comunidade do entorno. Nesse contexto, Florianópolis sai na frente e vai receber o primeiro edifício de Santa Catarina com a certificação Fitwel, dada a projetos que visam o bem estar das pessoas, o D’Mys, no Estreito. A certificação nasceu em 2014, como projeto do governo americano para promover uma estratégia preventiva de saúde pública. A operação é do Center for Active Design (CFAD), organização sem fins lucrativos que se dedica a reorientar o foco das práticas de design para apoiar uma vida saudável e melhorar a qualidade de vida.
São mais de 60 estratégias que podem ser usadas na construção civil, em uma espécie de guia para o bem estar. E se engana quem pensa que elas exigem altos investimentos. Exigem, sim, o comprometimento com essa abordagem. Até porque muitas vezes intervenções simples já fazem toda a diferença. Além do mais, quando a preocupação nasce nas primeiras etapas de planejamento de uma obra, junto com os projetos, é mais simples contemplar soluções que limitem a propagação de ruídos, melhorem a ventilação e aumentem o conforto térmico, ofereçam espaços de convívio social e incentivem hábitos saudáveis, por exemplo.
Pensar a inovação como algo que pode transformar a vida das pessoas será o próximo grande passo da construção civil.