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Investimento de R$ 2,7 bi pode melhorar mobilidade da BR-101 Norte

Um pacote de obras que totaliza cerca de R$ 2,7 bilhões em investimentos pode melhorar substancialmente a mobilidade da BR-101 Norte entre Garuva e Palhoça foi apresentado nesta quarta-feira, 24, nas reuniões do Grupo Técnico da BR-101 do Futuro, em Itajaí e Florianópolis. O Grupo foi criado pela FIESC em 2014 para contribuir com o planejamento da BR-101, visando obter maior segurança e eficiência no fluxo de veículos de passageiros e cargas e a melhoria da mobilidade no eixo litorâneo catarinense.

Num trecho de 47 quilômetros que passa por Biguaçu, São José e Palhoça, a proposta prevê intervenções em ruas laterais, pontes, retornos e plano de aumento da capacidade. Esse grupo de obras está calculado em cerca de R$ 700 milhões (valor base 2017 – veja detalhamento abaixo).

No trecho de 55 quilômetros de extensão, que passa por Piçarras, Penha, Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema, a proposta é realizar intervenções como: construção de ruas laterais, retorno em desnível, viadutos, pontes, readequação de trevo, melhoria de acesso, construção de túneis, implantação de agulha e passagem em desnível. Esse conjunto soma aproximadamente R$ 1,5 bilhão (valor base 2017). O valor exato das obras só será possível saber no momento da conclusão dos projetos executivos correspondentes. Além disso, o conjunto de melhorias propostas prevê ainda cerca de R$ 440 milhões para o trecho da BR-101 nos demais municípios entre Garuva e Palhoça.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, ressaltou que é preciso garantir o futuro da BR-101, dadas as condições atuais de comprometimento do eixo litorâneo, que é estratégico para a logística catarinense, do Brasil e do Mercosul. “A rodovia permite o acesso aos portos catarinenses, um dos mais importantes complexos logísticos do País e da América Latina, em pleno crescimento. Além disso, é a principal via utilizada pelo intenso fluxo turístico destinado para Santa Catarina. Atualmente, a rodovia possui níveis críticos de serviço, comprometendo a mobilidade das cidades do entorno, provocando acidentes e elevando os custos logísticos”, disse. Ele salientou ainda que o Contorno Viário de Florianópolis pouco contribuirá para a mobilidade da Grande Florianópolis. Terá, sim, efeito positivo no tráfego de passagem com destino ao Norte e Sul e na segurança e fluidez deste eixo estratégico.

Aguiar chamou a atenção para a restrição dos investimentos governamentais em infraestrutura no País e lembrou que a concessionária da rodovia tem condições de executar as melhorias. “É uma oportunidade única que deve ter o apoio de todos os catarinenses para ter a devida celeridade. O crescimento da movimentação portuária, das cidades e da economia do entorno tem sido significativo, o que poderá comprometer ainda mais a segurança e fluidez da BR-101. Precisamos mobilizar e sensibilizar a sociedade para a necessidade urgente desses investimentos”, reforçou.

O diretor de operações sul da Arteris Litoral Sul, Antonio Cesar Ribas Saas, alertou que se nada for feito, em 2030 a rodovia estará muito mais congestionada. “É um pacote significativo de obras, mas temos um passo importante que é o apoio dos municípios para aí sim levar a proposta ao conhecimento da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, disse, lembrando que a agência está participando das reuniões em que são discutidos os investimentos por meio da coordenadoria regional, mas a proposta precisa ser analisada em Brasília. Caso seja aprovada, aí podem ser feitos os projetos executivos e, posteriormente, a execução de obras. Ribas explicou que o impacto dos investimentos na tarifa de pedágio só poderá ser calculado após a execução do projeto executivo. “É importante também que o TCU entenda que essas obras são necessárias”, completou.

As obras propostas já foram analisadas tecnicamente e debatidas no âmbito do Grupo Técnico BR-101 do Futuro. Inclusive, a FIESC contratou um engenheiro que avaliou o pacote de obras e, a partir disso, a entidade apresentou contribuições. Esse conjunto de melhorias não está contemplado no contrato de concessão da Arteris Litoral Sul, concessionária da BR-101 Norte. Para executar os investimentos, é necessária a aprovação da agência reguladora e avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU). Para as reuniões desta quarta-feira, a FIESC convidou prefeitos e secretários de infraestrutura dos municípios do entorno para discutir medidas de mitigação dos efeitos das obras e sensibilizá-los sobre a importância dos investimentos para a mobilidade do eixo litorâneo.

Detalhamento de obras no trecho da BR-101 na Zona Metropolitana de Florianópolis:

VALOR DE INVESTIMENTOS: R$ 700 Milhões
47 km de Aumento de Capacidade
6 Viadutos em Marginal
11 Passarelas
12,8 km de Terceira Faixa
26,7 km de Terceira Faixa em Marginal
8 km de Marginais
2 Pontes em Marginais
1 Retorno em Viaduto

Detalhamento de obras do trecho entre Piçarras, Penha, Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema:
VALOR DE INVESTIMENTOS: R$ 1,5 bilhão:
4,5 km de Terceira Faixa
2 Complementações de Trevos
7 Pontes em Marginais
2 Retorno em Viaduto
34 km de Marginais
4 Viadutos em Marginais
1 Reconstrução de ponte

2 Alças de trevo
1 Acesso a inverter
1 Acesso a implantar

1 Trevo em viaduto
2,2 km de Faixa Adicional
2 Pontes em Marginais

15 Viadutos em Marginais
2 Túneis duplos

Detalhamento para as demais regiões – Investimento estimado: R$ 440 milhões
Confira algumas das principais ações sugeridas na BR-101, de Garuva a Barra Velha:
21 km Terceira Faixa

6 Viadutos em Marginais
3 km de Marginais
2 retornos em viaduto

Confira algumas das principais ações sugeridas na BR-101, Tijucas a Gov. Celso Ramos:
3 Viadutos em Marginais
3 Pontes em Marginais

2 Complemento de Trevo em Desnível
2 Retornos em Viaduto
18 km de Marginais

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