Coluna do dia

Ipec vai trocar de nome novamente?

O Ipec, para quem não conhece, é o ex-Ibope, famosíssima empresa de pesquisa e que ficou tão desmoralizada depois do pleito de 2018, quando errou absolutamente tudo, e acabou mudando de nome: Inteligência, Pesquisa e Consultoria. Nome pomposo, lindo. Na nomenclatura pode até ter inteligência. A prática, no entanto, parece tudo, menos algo que lembre inteligência. E muito menos seriedade.
O tal Ipec tem oferecido pérolas inomináveis ao distinto público. A última é a de que Jair Bolsonaro estaria 18 pontos atrás do ex-presidiário no contexto nacional.
Se o caro leitor se der ao trabalho de dar uma pesquisada, sem trocadilho, nas “pesquisas” do Ibope há quatro anos, irá entender claramente a que se propõe esta empresa.
Para Santa Catarina, novas pérolas, claro. Por aqui, a companhia pesquisadora ofereceu números fantásticos esta semana. Senão, vejamos. Numa comparação com a “pesquisa” realizada no dia 23 de agosto, Moisés cai de 23 para 20 pontos. Jorginho Mello sobe de 16 para 20. Estariam empatados. Esperidião Amin, que tinha 15 pontos, segue na mesma. Sequer oscilou.
Gean Loureiro, contudo, que tinha 8% das intenções de votos, subiu para 14%. Décio Lima, que tinha 6 pontos percentuais, pulou para 10%.

Ah tá

Segundo o tal Ipec, teríamos um empate técnico quádruplo em Santa Catarina. Moisés e Jorginho, 20, Amin 15 e Gean 14. Mas também teríamos um empate entre Amin e Gean com Décio, o suposto quinto colocado. Olha, ainda estão tentando convencer a Velhinha de Taubaté acerca da veracidade dessa “pesquisa”.

Muro pouco é bobagem

Um verdadeiro espetáculo. Trocando em miúdos: qualquer um dos cinco poderia ganhar a eleição. E o Ipec não passa vergonha. Será? Décio Lima nunca teve 6% para subir pra 10%, já tinha mais. Jorginho Mello já caminha noutro patamar, bem além dos 16%, que teriam lhe deixado sete pontos atrás de Moisés da Silva.

Manipulando

Tentaram primeiro impulsionar o governador, mas daí viram que o senador do PL estava crescendo. A saída foi descer o percentual do governador para subir o de Jorginho Mello. Empate!
Uma festa, uma maravilha. Essa pesquisa e nada são exatamente a mesma coisa.

Saudoso Cervantes

Como dizia o afamado dramaturgo, romancista e escritor espanhol Miguel de Cervantes, autor da histórica obra Dom Quixote. Ele viveu entre os séculos 16 e 17. A certa altura do livro, ele assinalou: “Os cavaleiros de Granada que, alta madrugada, brandindo lançam a espada saíram em louca cavalgada. Para quê? Para nada.”

Bingo

É isso. Cervantes matou a charada para a pesquisa Ipec. Basta dar um pulo no prognóstico dado pelo Ibope, hoje Ipec, na antevéspera do pleito de 2018. Há dois dias das eleições. Mauro Mariani 31%, Gelson Merisio 29% e Moisés da Silva 12%.

Rir pra não chorar

Mariani (23%) ficou em terceiro, nem para o segundo round foi. Moisés (quase 30%) e Merisio (31%) disputaram a etapa final, com uma verdadeira lavada do atual governador sobre Merisio.

Cá e lá

Não deixemos a disputa presidencial de fora. Quais foram os “dados” do Ibope para presidente em 2018 no que se referiu ao eleitorado catarinense? Bolsonaro 55% e Haddad, 17%. O poste petista ficou com 15% (aí tudo bem). Mas em relação ao presidente, o erro foi grotesco: 11 pontos percentuais. Bolsonaro fez em Santa Catarina (65,82%) a maior votação proporcional do país no primeiro turno.

Chama o Leonel

Como diria o caudilho e engenheiro Leonel de Moura Brizola: “francamente.” Aliás, a história ensina que tentaram tirar Brizola do pleito de 1982 no Rio de Janeiro. Ele chamou a imprensa internacional, abriu o bico e a fraude da ProConsult foi pro espaço. Com a ajuda, é claro, antes da ProConsult, das empresas de pesquisa. Com destaque para o Ibope!

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