Manchete

Isolado politicamente, Moisés aposta na gestão

Reflexos imediatos em Santa Catarina com o anúncio de criação do Aliança Pelo Brasil, partido a ser liderado por Jair Bolsonaro.

Primeiro e mais contundente observação: isolar Moisés da Silva no PSL. Entre os deputados federais, o governador ficará apenas com Fábio Shchiochet, presidente estadual e umbilicalmente ligado a ele.

Embora contrariado, Ricardo Alba – o estadual mais votado em 2018 – não terá outro caminho a não ser seguir com os demais pesselistas da Asssembleia Legislativa. Até porque Alba é pré-candidato à prefeitura de Blumenau. Quanto ao coronel Mocellin, também candidato à prefeitura de Itajaí, tudo leva a crer que deixará o PSL. Evidentemente que para mudarem de partido, os deputados terão que tomar todos os cuidados jurídicos.

O alinhamento a Bolsonaro é o grande mote do grupo que deixa o PSL nas mãos do governador. Descontentes em outras legendas, como MDB, parlamentares podem pedir abrigo no partido do governador daqui pra frente, abrindo a possiblidade de um grande rearranjo no contexto estadual.

Time

Serão necessárias 500 mil assinaturas de não-filiados a um partido para que efetivamente seja criado o Aliança pelo Brasil. Quem quiser se filiar à sigla de Bolsonaro terá que se desfiliar do PSL. Os dois movimentos, de desembarque do PSL e de filiação à legenda, já começaram pela internet.

Tripé

De Santa Catarina, três deputados federais participaram da reunião com o presidente esta semana, encontro que selou a criação da nova legenda: Caroline De Toni, Daniel Freitas e Coronel Armando. Presidente estadual do PSL, Fábio Schiochet, não foi convidado.

Gestão

Diante deste novo quadro partidário e político, Moisés da Silva precisará se viabilizar como gestor, fazer uma administração realmente convincente e diferenciada. Para isso, contudo, também se faz necessária a articulação política, hoje praticamente inexistente por parte do Centro Administrativo.

Correção

Sob o aspecto da condução moral, o governador não merece nenhum reparo. Está cortando contratos superfaturados, enxugando outros, acabando com superfaturamentos e práticas viciadas. Faz tudo isso combinado com o controle fiscal e o enxugamento da máquina. Moisés da Silva também está pagando dívidas deixadas por antecessores. Terá, ainda, que viabilizar financeiramente o governo, para fazer obras e ações que o consagrem como grande gestor. Aí então Moisés poderá pensar, de fato, na reeleição.

Projeção

Segundo o deputado Daniel Freitas, que já anunciou que migrará ao Aliança pelo Brasil, a tendência é que, nacionalmente, 30 deputados sigam Jair Bolsonaro no novo partido. Assim que a janela permitir a troca sem a perda de mandato.

 

 

 

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