O Palácio do Planalto marcou para o dia 27 deste mês a primeira rodada de Lula da Silva com os 27 governadores brasileiros. Isso se todos aceitarem o convite formulado pelo petista.
Vale pontuar que há muitos mandatários estaduais eleitos na onda bolsonarista. Peguemos dois exemplos para iniciar o raciocínio: Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, base de Jair Bolsonaro, e o catarinense Jorginho Mello. Santa Catarina, aliás, virou um verdadeiro caso de amor com o ex-presidente.
Em 2018 e 2022, os candidatos de Bolsonaro fizeram votações estrondosas entre os catarinenses.
Mas há muitos outros país afora. Foi Jair Bolsonaro quem inventou a candidatura de Tarcísio de Freitas em São Paulo e conquistou o apoio de Romeu Zema em Minas Gerais. No Sul e no Sudeste, o ex-chefe da nação só perdeu no Rio Grande do Sul. Só porque o aliado Onyx Lorenzoni fez uma série de bobagens na campanha, o que canalizou o voto do PT para Eduardo Leite, o primeiro governador reeleito da história do estado vizinho.
Canal
Mas voltemos à reunião pedida por Lula. A intenção é de se reestabelecer as relações federativas. Bolsonaro nunca deu muita bola pra isso. A distância só aumentou durante a pandemia, quando governadores começaram a fazer lockdown.
No alvo
O petista acerta neste ponto. Cada estado tem seus problemas, dificuldades e demandas junto à União.
Apesar das votações históricas de Jair Bolsonaro por aqui, Santa Catarina foi muito mal atendida. Só éramos lembrados em momentos de férias presidenciais e para motociatas.
Caminho
Como irá se posicionar Jorginho Mello neste contexto? Ele elegeu-se no movimento de direita, mas não pode ceder a pressões e cobranças de bolsonaristas.
A reunião chamada por Lula é de caráter institucional. O estado está à beira do colapso infraestrutural. As necessidades catarinenses estão acima de questões ideológicas e diferenças políticas.
O governador tem que marcar presença, comparecer, abrir um canal de relacionamento institucional. O que mandamos para Brasília em impostos não retorna nem 10%. É uma realidade assustadora e inaceitável que precisa ser revista.
Representatividade
Esta é a expectativa dos catarinenses, retratada nos posicionamentos das bancadas federal e estadual, bem como pela contínua cobrança das federações empresariais por alguma atenção aos gargalos estruturais do estado.
No Planalto Central, Santa Catarina é vista como um estado redondo, que não precisa de recursos, visão que não confere com a realidade vivida pela nossa gente, trabalhadora, ordeira e produtiva.
Pedacinho de terra
Não custa lembrar que esta terra, pequena, mas robusta, é um ponto de atração turística internacional. A conferir como vai se posicionar o novo chefe do Executivo estadual.
foto>Bruno Collaço, Ag. Alesc